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Startup Recicli capta R$ 1,04 milhão para ampliar estrutura e capacidade de reciclagem

Startup Recicli capta R$ 1,04 milhão para ampliar estrutura e capacidade de reciclagem

O aporte visa viabilizar a estratégia da empresa sergipana de ampliar sua capacidade operacional. Estão previstas, ainda, novas unidades nas cidades de Belo Horizonte e Salvador

14 de agosto de 2024

A Recicli, startup que atua em mineração urbana e reciclagem de resíduos industriais complexos, anunciou sua primeira captação de recursos no mercado, de R$1,04 milhão, por meio da plataforma de equity crowdfunding Captable. A operação foi concluída no último dia 3 de julho. A empresa sediada em Aracaju (SE) faz a recuperação de metais nobres, com tecnologia própria e patenteada, a partir de equipamentos eletrônicos, baterias propulsoras de carros elétricos, placas fotovoltaicas, escórias siderúrgicas e rejeitos de mineração.

O aporte visa viabilizar a estratégia da empresa de ampliar sua capacidade operacional. A startup também planeja captar novos investimentos para abrir duas novas unidades de pré-processamento nas cidades de Belo Horizonte e Salvador, além de uma usina para o processamento de resíduos eletrônicos com pelo menos 40 colaboradores, em Belo Horizonte.

“Esse valor captado representará um grande avanço para a modernização das nossas operações. Sabemos que esta conquista é parte do nosso amadurecimento como empresa, e que esse passo vai gerar um fluxo muito promissor, com novos investimentos, que nos permitirão chegar ainda mais longe”, afirma Paulo Pietrobon, Chief Project Officer (diretor de projetos) e um dos sócios fundadores da startup.

O que a reciclagem tem a ver com a crise climática?

Ao reaproveitar itens que seriam descartados, a atividade contribui para evitar a realização de processos produtivos que emitem gases de efeito estufa ou o descarte inadequado de resíduos no meio ambiente.

Para onde vão os recursos

O montante será aplicado em capital intelectual, infraestrutura e desenvolvimento tecnológico. As operações de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação se concentram hoje em Belo Horizonte, onde a Recicli desenvolveu parcerias com o Centro de Inovações Tecnológicas (CIT/SENAI) e o Centro de Desenvolvimento de Tecnologias Nucleares (CDTN/UFMG).

A modernização da operação prevê o aperfeiçoamento da linha de produção, composta por esteiras, maquinário e equipamentos especializados, além de ferramental eletro-mecanizado, contando com estrutura de armazenamento e etapas bem definidas para aumentar a eficiência do pré-processamento dos materiais. O objetivo é que a nova estrutura esteja pronta até o final do ano.

Até agora, a manufatura reversa (pré-processamento) já permitiu a destinação adequada de 30 toneladas de equipamentos em três anos. A startup buscará também a ampliação da sua estrutura empresarial (Marketing, Administração, Comercial, TI e Segurança Digital) nos escritórios de Aracaju, Salvador e Belo Horizonte.

A Recicli tem como meta o processamento de 4,5 mil toneladas de resíduos eletrônicos por ano, conquistando um market share superior a 10% na Bahia e Sergipe. Com o aprimoramento da tecnologia essa capacidade de processamento deve dobrar a cada dois anos. Isso permitirá a construção de novas unidades e o aumento do market share, abrangendo as regiões metropolitanas de grandes capitais do Sudeste e Sul do Brasil.

Para isso, além da captação de R$1,04 milhão, a startup já mira uma nova captação, de R$20 milhões, em sua primeira rodada de Seed, a fim de financiar a expansão da estrutura e das operações.

Até agora, a Recicli foi auto-financiada pelos seus sócios (bootstrap) e obteve também um pequeno investimento FF (Friends and Family) em abril de 2022. Desde agosto de 2022, os custos com operações e crescimento foram alcançados com projetos de desenvolvimento tecnológico, financiados por corporações transnacionais parceiras, como o grupo automobilístico Stellantis, a fabricante de componentes eletrônicos Jabil e a mineradora Anglo American.