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Água e mudanças climáticas: o papel das empresas na mitigação de impactos

Água e mudanças climáticas: o papel das empresas na mitigação de impactos

Tendências atuais de exploração, degradação e poluição dos recursos hídricos já atingiram proporções alarmantes e podem afetar a disponibilidade do recurso em um futuro próximo

22 de março de 2024

Por Diogo Taranto*

Para além do consenso científico, as consequências das mudanças climáticas sobre o ciclo da água tornaram-se gritantes nos últimos anos e já impactam duramente a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Secas e inundações mais extremas e frequentes, redução do armazenamento natural de água no gelo e na neve, o aumento da temperatura global, e as consequentes variações nos padrões de fluxo dos corpos hídricos afetam a previsibilidade e a qualidade deste recurso. Os prejuízos podem ser sentidos nos mais diversos ecossistemas, nos sistemas alimentares, nos meios de subsistência, na indústria e diretamente na disponibilidade e custo para o âmbito social. As tendências atuais de exploração, degradação e poluição dos recursos hídricos já atingiram proporções alarmantes e podem afetar a disponibilidade de água em um futuro próximo se não forem revertidas.

Foi ciente desse cenário que a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) definiu para o Dia Mundial da Água de 2024, comemorado no dia 22 de março, um tema que relaciona a questão dos recursos hídricos e o aquecimento da Terra. Com o mote A Água nos Une, o Clima nos Move, a agência governamental aproxima a questão climática, crucial para o futuro da humanidade, do cotidiano dos brasileiros.

Trata-se de um contexto em que bom uso e tratamento adequado dos recursos hídricos tornam-se primordiais e uma responsabilidade de todos. Do nível governamental, que deve garantir saneamento básico e água potável à população, ao individual, já que cada pessoa, física e jurídica, deve utilizá-la com responsabilidade.

Com as empresas, não dá para ser diferente. Nesse contexto, a melhor alternativa para economizar e permitir maior disponibilidade de água para o abastecimento humano é o reúso, viabilizado pelo tratamento de efluentes, para o qual há hoje tecnologias avançadas, conhecidas e consolidadas. Essa prática promove a renovação do ciclo hídrico, apoia o desenvolvimento social e gera benefícios financeiros, pois se trata de um recurso que será economizado e cujo consumo deixará de ser feito via prestadores serviços de saneamento básico, sejam estatais ou privados.

Também precisa ser considerado o fato de que a redução do lançamento de efluentes, mesmo que tratados, nos corpos receptores, reduz diretamente o aumento na geração de contaminantes emergentes (produtos tóxicos não removidos pelos processos tradicionais de tratamento), que têm impactos graves no meio ambiente, o que redobra a responsabilidade das empresas de distintos segmentos industriais em relação a seus descartes.

Uma das principais soluções para o problema é o tratamento desses recursos antes de retorná-los à natureza. Esse processo exige aderência rigorosa às normas ambientais estabelecidas para garantir a qualidade da água e o adequado descarte de resíduos industriais. Por isso, é importante buscar fornecedores e parceiros com reconhecida expertise e credibilidade para prover esses serviços.

Ao tratarem corretamente seus efluentes e adotarem o reúso como prática permanente, as empresas reduzem o consumo de água e atuam como verdadeiras agentes de proteção ambiental. Com essa postura, respondem de modo assertivo ao tema da ANA para o Dia Mundial da Água.

*Diogo Taranto, diretor de desenvolvimento de negócios no Grupo Opersan.