Para garantir a segurança e a solidez das instituições a curto, médio e longo prazos, diretrizes estabelecem requisitos para processos internos que as instituições devem implementar
19 de janeiro de 2024
As mudanças climáticas, a degradação ambiental, as questões sociais e outros fatores ambientais, sociais e de governança (Environmental, Social and Governance – ESG) estão impondo desafios consideráveis à economia e afetam o setor financeiro. A avaliação é da Autoridade Bancária Europeia, segundo a qual o perfil de risco e o modelo de negócio das instituições do setor podem ser afetados.
O órgão regulador do setor financeiro do velho continente lançou, nesta quinta-feira (18/1), uma consulta pública sobre o projeto que estabelece requisitos para os bancos identificarem, medirem, gerirem e monitorarem riscos ESG, por meio de planos destinados a fazer face aos riscos decorrentes da transição para uma economia da União Europeia com impacto neutro no clima até 2050. A consulta vai até 18 de abril deste ano.
Para garantir a segurança e a solidez das instituições a curto, médio e longo prazos, as diretrizes propõem processos internos e mecanismos de gestão de riscos que as instituições devem implementar. Entre eles, a realização de avaliações regulares de materialidade dos riscos ESG e climáticos.
A ideia é que as instituições financeiras integrem esses riscos em suas estruturas regulares de gestão. Os impactos seriam considerados em todas as categorias de risco, como os de crédito, de mercado, operacionais, de reputação, de liquidez, de modelo de negócios e de concentração, em horizontes de curto, médio e longo prazos.
De acordo com a agência, apesar das medidas tomadas nos últimos anos para que as instituições incorporassem os riscos climáticos e ESG, “foram observadas várias deficiências”em sua inclusão nas estratégias empresariais e nos quadros de gestão de risco. Isso poderia “representar desafios à segurança e solidez das instituições”, à medida que a União Europeia transita para uma economia mais sustentável e os riscos ESG e climáticos se tornam cada vez mais substanciados ou se materializam.
Embora especifiquem que o objetivo da criação de planos prudenciais “não é forçar as instituições a sair ou a desinvestir em setores intensivos em carbono”, as diretrizes visam “estimular as instituições a refletir proativamente sobre as mudanças tecnológicas, empresariais e comportamentais impulsionadas pela transição sustentável”.