Nos próximos seis meses, a plataforma projeta analisar 105 desses projetos, certificando pelo menos um a cada mês
11 de setembro de 2024
A B4, criada há um ano para negociar créditos de carbono no mercado brasileiro, já tem cerca de 300 projetos em seu cronograma de listagem, equivalentes a cerca de 80 milhões de toneladas de créditos sustentável. Segundo a instituição, essas iniciativas representam mais de R$ 20 bilhões em custódia. Nos próximos seis meses, a plataforma projeta analisar 105 desses projetos, certificando pelo menos um a cada mês.
Cada vez mais o mercado supera as expectativas, então é provável que, no próximo ano, esses números alcancem patamares ainda maiores”, prevê o CEO da B4, Odair Rodrigues (foto). A B4 negocia créditos sustentáveis, podem ser de diferentes projetos, como os créditos de biodiversidade, de reciclagem, agronegócio, energia limpa e etc.
Em 2022, o mercado voluntário mundial de créditos de carbono atingiu US$ 2 bilhões e houve um salto expressivo para 2023 e 2024. A consultoria McKinsey estima que as negociações somarão US$ 50 bilhões até 2030.
“As empresas começaram a entender quem é a B4 e como somos importante aliado no processo de implantação de uma jornada de sustentabilidade dentro dos negócios. Muitas empresas têm procurado a B4 para solicitar seu inventário de pegada de carbono”, afirma o fundador e CEO da B4, Odair Rodrigues.
Segundo ele, quando a B4 foi lançada, a expectativa era de que o mercado iria movimentar R$ 12 bilhões no primeiro ano, mas esse número foi superado. “O mercado está mais aquecido do que projetamos”, diz ele.
Ainda que o cenário seja positivo para o mercado de carbono, o Brasil continua lento no processo de regulamentação do setor. Na avaliação dele, isso faz com que o país perca oportunidades de investimentos e continue reprimindo a demanda de mercado, que é global.
“O Brasil é um dos maiores potenciais para geração de crédito de carbono, mas é necessário que haja regulamentação. Sem ela, atores do mercado são forçados a buscar alternativas que anulem esse potencial, como por exemplo, importar crédito de carbono. É necessário mudar este cenário e fazer com que haja entendimento do nosso potencial e regulamentação do mercado. É isso que estamos cobrando e querendo destacar a todos”, conclui Rodrigues.
Agente do clima
Em relação ao inventário de pegada de carbono, a B4 deu um grande passo recentemente, em comemoração ao primeiro aniversário, iniciando as operações do “Agente do Clima” – uma ferramenta de Inteligência Artificial que ajuda as empresas a medirem a pegada de carbono de seus negócios, com a geração de relatórios detalhados em até 24 horas.
“O Agente do Clima é uma ferramenta que faz parte do propósito da B4 de ajudar as empresas a entenderem quais os impactos reais no meio ambiente, para que assim possam reduzi-los. Além das respostas geradas nos relatório da IA servirem para guiar as empresas, todos os dados coletados na ferramenta serão integrados ao nosso Relógio de Ação Climática, para rastrear os impactos na economia global e dar um panorama geral dos dados climáticos dentro do contexto de emissões de CO2”, completa Odair.