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Brasil reduziu perda de floresta primária em 36% em 2023

Brasil reduziu perda de floresta primária em 36% em 2023

Trópicos tiveram 3,7 milhões de vegetação eliminada, o equivalente a dez campos de futebol por minuto e à emissão de 2,4 gigatoneladas de CO2

04 de abril de 2024

A perda de floresta primária do Brasil diminuiu 36% em 2023, atingindo seu nível mais baixo desde 2015, segundo uma nova análise divulgada nesta quinta-feira (4/4) pela plataforma Global Forest Watch do WRI. Esse declínio se traduz em uma redução da participação do Brasil no total de floresta primária eliminada nos trópicos, de 43% em 2022 para 30% em 2023.

Apesar do ritmo de redução da cobertura florestal no Brasil e Colômbia (49%) ter diminuído, os trópicos perderam ao todo 3,7 milhões de hectares de floresta primária em 2023. Nas regiões mais frias do planeta, o resultado foi puxado pelo Canadá, onde incêndios florestais dizimaram áreas recordes de vegetação.

Toda a perda florestal em 2023 produziu 2,4 gigatoneladas (Gt) de emissões de dióxido de carbono (CO2) no ano, equivalente a quase metade da emissão anual oriunda de combustíveis fósseis nos Estados Unidos.

Maior redução do desmatamento foi na Amazônia

A Amazônia foi onde houve o maior declínio da perda de floresta primária, de 39% em 2023. Segundo o texto, isso é amplamente consistente com os números oficiais do governo, que constatou uma redução de 22% no desmatamento da Amazônia de 2022 a 2023.

O estudo destaca que a redução da perda florestal na Amazônia coincide com a transição da liderança governamental do presidente Jair Bolsonaro para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início de 2023. As mudanças implementadas pelo atual governo “parecem estar tendo impacto na taxa de perda florestal, embora ainda permaneça superior ao seu ponto mais baixo no início da década de 2010.”

A notícia positiva chega num momento em que a Amazônia está passando pela pior seca já registrada, assinala o estudo. Embora a perda de florestas causadas por incêndios não tenha aumentado na Amazônia brasileira como um todo em 2023, a área ao redor da cidade de Manaus sofreu incêndios sem precedentes, de proporções recordes também no estado de Roraima em fevereiro de 2024.

No entanto, nem todos os biomas do Brasil tiveram redução na perda florestal. O bioma Cerrado – onde se concentra a produção agrícola do país – experimentou um aumento de 6% na perda de cobertura arbórea de 2022 a 2023, continuando uma tendência crescente de cinco anos.

O Pantanal, a maior zona húmida tropical do mundo, registou um aumento na perda florestal em 2023 devido aos incêndios. O fogo é uma característica normal deste ecossistema, no entanto, uma megaseca plurianual causada em parte pelas mudanças climáticas resultou em queimadas repetidas em grandes áreas.

Acesse o estudo aqui.