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CNI leva delegação recorde à conferência do clima da ONU em Dubai

CNI leva delegação recorde à conferência do clima da ONU em Dubai

Estande da entidade apresentará duas plantas industriais que mostrarão como produzir hidrogênio verde e como a semente da macaúba pode se tornar um biocombustível

28 de novembro de 2023

A indústria brasileira se prepara para uma participação recorde na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), com a presença de mais de 100 empresários e uma intensa agenda. Pela primeira vez, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) terá um estande próprio no evento, onde acontecerão mais de 40 atividades.

O espaço de 100 m2 vai sediar debates, painéis e apresentações de empresas convidadas. Serão discutidos temas como financiamento climático, mercado de carbono, o potencial da energia eólica offshore e de novas tecnologias, ações necessárias para adaptação às mudanças climáticas e capacitação dos países em desenvolvimento para lidar com essas questões.

Duas plantas industriais estarão expostas no estande para mostrar como produzir hidrogênio verde – energia sustentável na qual o Brasil é uma potência em ascensão – e como a semente de macaúba, uma palmeira nativa e disseminada pelo território brasileiro, pode se tornar um biocombustível.

“A agenda ambiental é uma questão central e um fator de competitividade para a indústria no Brasil e a COP28 é uma oportunidade de mostrar como a indústria brasileira já é parte da solução quando o assunto é sustentabilidade e adaptação às mudanças climáticas. Mostraremos que nós já fizemos, há muito tempo, o que muitos setores industriais de outros países estão correndo para fazer agora”, destaca Ricardo Alban, presidente da CNI.

“A nossa indústria, principalmente aquela intensiva em uso de energia, como a do cimento, por exemplo, já fez esse dever de casa e temos muito para compartilhar com o mundo. As emissões de gases de efeito estufa dos fabricantes de cimento instalados no país são 10% menores do que a média mundial”, diz ele.

Pesquisa recente realizada pela CNI com cerca de mil empresários industriais revela que nove em cada dez empresas industriais (89%) adotam medidas para reduzir a geração de resíduos sólidos, 86% têm ações para otimizar o consumo de energia e 83% implementam medidas para otimizar o uso de água.

Clique aqui para saber qual é a programação do estande da CNI na COP28.

Diálogo empresarial busca oportunidades de negócios e investimentos

No dia 6 de dezembro, a CNI realizará o Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono, evento que proporcionará um debate entre o setor empresarial brasileiro e estrangeiro alicerçado em quatro pilares estratégicos: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal. O objetivo é proporcionar um ambiente de relacionamento e oportunidades entre indústrias brasileiras, congêneres de outros países e organismos internacionais.

Serão abordadas possibilidades de negócios e investimentos para a descarbonização da indústria e a contribuição do setor para que o país consiga atingir as metas de redução de emissões e dos assuntos relevantes da agenda climática discutidos na COP28. É também um espaço para prospectar parcerias, tendência e novas tecnologias que contribuam para a competitividade e a sustentabilidade da indústria.

Contribuições para a negociação global

A CNI também participa da conferência como membro-observador, contribuindo ativamente com o governo brasileiro nas negociações que realizará junto às demais partes. Nesse sentido, algumas das ações defendidas pelo setor incluem a definição da estratégia de descarbonização da economia, o avanço na implementação do mercado global de carbono e a mobilização dos países para o financiamento climático.

As propostas se encontram no documento Visão da Indústria para a COP28, entregue ao governo em outubro. Confira aqui.

“Considerando a importância de o setor empresarial conhecer e gerir as oportunidades e os riscos que os eventos climáticos extremos podem acarretar aos negócios, a CNI entende que a COP28 será estratégica para avançar na definição da meta global de adaptação à mudança do clima. Na última COP, o progresso nas negociações da agenda de adaptação à mudança do clima ficou abaixo do esperado, apesar dos relatórios do IPCC demostrarem, de forma robusta, que os impactos das mudanças do clima serão cada vez mais frequentes e severos”, destaca o presidente Alban.

O estande da CNI na COP28 tem como coorganizadores o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). São parceiros da iniciativa: Petrobras, Porto do Açu, Acelen, Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), Cosan, Atvos, Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Vale, Suzano, Latam, JBS, Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), BRF, Marfrig e o Sistema Transporte – Confederação Nacional do Transporte (CNT), Serviço Social do Transporte (SEST) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT) e Instituto de Transporte e Logística (ITL).