Segundo a ONU, apenas 20% dos países apresentaram seus planos nacionais para reverter a perda de biodiversidade até 2030
22 de outubro de 2024
Com ONU News
A Colômbia realiza, desde ontem (21/10), a 16ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP16 da Biodiversidade), na cidade de Cali. O evento global mais importante para a conservação da biodiversidade deve reunir 196 países e 15 mil participantes, incluindo 12 chefes de Estado e 103 ministros do meio ambiente.
Um dos temas centrais, como em todas as Conferências das Partes (COPs) da ONU, é o financiamento. Outro, é a apresentação e cumprimento dos planos de ação pelos países signatários do Quadro Global para a Biodiversidade Kunming-Montreal, aprovado durante a COP15, no Canadá.
O objetivo é reverter a perda de biodiversidade do planeta até 2030. No entanto, segundo a ONU, apenas 20% dos países apresentaram seus planos nacionais, dois anos após a COP15 ter acontecido.
O Quadro Global de Kunming-Montreal prevê o valor de US$200 bilhões anuais para financiar os esforços globais de conservação da biodiversidade, liberado a partir de metas anuais. O relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta, porém, que apenas 23% das metas foram cumpridas no primeiro semestre deste ano.
De acordo com a ministra do Meio Ambiente e presidente da COP16 na Colômbia, Susana Muhamad González, a meta desta COP da Biodiversidade é “influenciar as decisões políticas e financeiras internacionais para colocar a conservação da biodiversidade no mesmo nível de importância que a descarbonização e a transição energética”. Nesta perspectiva, a COP16 seria uma plataforma fundamental para mover a cooperação internacional e os compromissos financeiros para a implementação de estratégias que irão impedir a perda de biodiversidade.
Compartilhamento de recursos genéticos
Segundo o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, na COP16, uma das principais prioridades é garantir uma partilha justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização de sequências digitais de recursos genéticos.
A informação genética é considerada uma fonte vital de conhecimento e uma dimensão essencial de muitos dos avanços tecnológicos.
Esta informação, armazenada em bases de dados, é utilizada em cadeias de valor para desenvolver produtos e serviços inovadores, tais como novos medicamentos e variedades melhoradas de culturas para aumentar a nutrição e a resistência a condições meteorológicas extremas.
Por isso, o Pnuma defende o avanço da discussão sobre o funcionamento de um mecanismo multilateral criado para lidar com o tema. A agência afirma que é preciso definir quem terá de fazer contribuições para o mecanismo e como. Para o Pnuma, é essencial que tanto benefícios monetários como não monetários sejam considerados.
Riqueza da biodiversidade
A Colômbia foi escolhida como sede da COP16 devido ao seu compromisso com a conservação da biodiversidade e à sua liderança na agenda ambiental global, além de ser considerada um dos países com maior biodiversidade do mundo, com 311 tipos de ecossistemas continentais e marinhos por quilômetro quadrado.
Como sede da COP16, a Colômbia se junta a países como Brasil, México, Índia, China e Malásia que sediaram o encontro.
Foto: Ministério Colombiano de Meio Ambiente /ONU News