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Como as mudanças climáticas afetam o Patrimônio Cultural?

Como as mudanças climáticas afetam o Patrimônio Cultural?

Aumento da temperatura, inundações e secas prolongadas provocam desde problemas de conservação e necessidade de manutenções contínuas até desmoronamentos

28 de maio de 2024

As mudanças climáticas estão afetando o patrimônio cultural. Para discutir o tema, foi realizado nesta segunda-feira (27/5), o evento “Patrimônio Cultural e Ações Climáticas”, paralelo à agenda do G20 no Brasil. No caso de patrimônios edificados, o aumento da temperatura, inundações e secas prolongadas provocam desde problemas de conservação e necessidade de manutenções contínuas até desmoronamentos.

O encontro realizado nesta segunda-feira (27/5), em Brasília, foi coordenado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). E contou com a participação de autoridades e especialistas internacionais, gestores públicos e detentores de bens culturais brasileiros.

A falta de chuva também pode afetar comunidades detentoras de bens culturais imateriais, especialmente os bens culturais de povos indígenas e comunidades tradicionais, que dependem da biodiversidade e do território para garantir o sustento de suas comunidades e a continuidade de transmissão de seus saberes, conhecimentos, formas de expressão e celebrações. detentora de saberes e modos de fazer.

O presidente do Iphan, Leandro Grass, abriu as discussões prestando solidariedade ao povo gaúcho e destacando que as mudanças climáticas estão sendo sentidas em todo o País. “O G20, sem dúvida, será uma oportunidade de aprofundamento técnico, de produção de conhecimento e ainda de cooperação e de compartilhamento de boas práticas. O Brasil tem muito a oferecer nesta discussão. As mudanças climáticas precisam ser devidamente tratadas com políticas públicas e ações concretas em prol da vida e da sustentabilidade”, afirmou.

O Serviço Geral de Processamento de Dados (Serpro), em Brasília (DF), foi o local onde as discussões aconteceram. Informes sobre os impactos das mudanças climáticas no patrimônio cultural do Rio Grande do Sul, perspectivas globais sobre patrimônio, povos originários e comunidades tradicionais, e até financiamento e gestão de ações climáticas, foram discutidos com os representantes dos países do G20, bloco que conta com as principais economias do mundo e com organismos internacionais como observadores e parceiros de conhecimento.

“Nosso patrimônio é nossa maior riqueza, é fruto da nossa diversidade. Todos os países aqui presentes estão dispostos a lutar por um futuro melhor”, disse a ministra ministra da Cultura, Margareth Menezes, que participou da cerimônia de abertura.

A representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, reforçou o compromisso da organização com a recuperação dos bens culturais afetados pelo clima. “Temos de frisar que as ações humanas e as desigualdades sociais levam aos eventos catastróficos que estamos sentindo agora. Reafirmamos o compromisso da Unesco para recuperar os patrimônios em caráter de urgência”, disse Noleto, fazendo alusão à catástrofe climática no Rio Grande do Sul.

Já a professora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Luana Campos, que integra o Comitê Científico sobre Mudanças Climáticas e Patrimônio do Icomos, ressaltou a importância de “estarmos aqui, todos num mesmo espaço, debatendo como as mudanças climáticas estão impactando e irão impactar os patrimônios, e como nós podemos enfrentar esses efeitos”.