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Dona da L’OR e outras marcas de café e chá vai estudar uso do biochar no Brasil

Dona da L’OR e outras marcas de café e chá vai estudar uso do biochar no Brasil

O projeto da JDE Peet’s Brasil, companhia global líder em cafés e chás, está sendo desenvolvido com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a NKG Fazendas Brasileiras

08 de julho de 2024

A JDE Peet’s Brasil, companhia global líder em cafés e chás, anunciou nesta segunda-feira (8/7) uma parceria público-privada (PPP) para promover o uso de biochar nas  lavouras de café brasileiras. O biochar é um condicionador do solo que atua como uma “esponja de carbono”. O projeto está sendo desenvolvido com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a NKG Fazendas Brasileiras.

No Brasil, a empresa é mais conhecida pelas marcas L’OR, Pilão, Café do Ponto, Caboclo e Café Pelé. Com atuação em mais de 100 países, por meio de um portfólio de mais de 50 marcas, em 2023 a JDE Peet’s registrou vendas totais de € 8,2 bilhões (mais de R$ 48 bilhões) e empregou mais de 21 mil funcionários. 

Entre os objetivos do estudo estão analisar os benefícios do biochar na cafeicultura: avaliar seus efeitos na produtividade da lavoura, definir as melhores dosagens para aplicações e até verificar o impacto do produto na qualidade sensorial da bebida.

O biochar é um carvão vegetal obtido através da queima de biomassa, na ausência de oxigênio (processo conhecido como pirólise), que proporciona diversos benefícios para as lavouras. É considerado, também, uma solução para a remoção de carbono da atmosfera, já que ele sequestra carbono, seu principal componente.

Na natureza, existem diversos tipos de biomassa que podem ser utilizadas para essa finalidade, como casca de café e bagaço de cana, e muitas vezes tais produtos são considerados resíduos da produção agrícola. Quando aplicado no solo, ele funciona como uma esponja, contribuindo para melhor absorção da água e retenção de nutrientes.  

“A colaboração entre o setor público e privado é essencial para desenvolver práticas mais sustentáveis na cadeia produtiva do café. O biochar recicla nutrientes, sequestra carbono no solo e melhora suas propriedades, aumentando a produtividade da lavoura”, ressalta o coordenador do projeto, Leônidas Carrijo Azevedo Melo, engenheiro agrônomo e professor de fertilidade do solo na UFLA.

A pesquisa, programada para durar dois anos, foi iniciada em 2023 e acontece na fazenda da NKG Fazendas Brasileiras, na cidade de Santo Antônio do Amparo, em Minas Gerais.

Lavoura de café nas Fazendas Brasileiras, em Santo Antônio do Amparo – MG. Foto: Divulgação