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Eleição presidencial nos EUA em 2024 deve ter grandes implicações para o clima

Eleição presidencial nos EUA em 2024 deve ter grandes implicações para o clima

Kamala Harris pode ter uma forte posição em questões ambientais em contraste com Donald Trump, apontado por alguns como vilão do clima, por ter tirado os EUA do Acordo de Paris

02 de agosto de 2024

Com insideclimatenews.org

A eleição presidencial nos Estados Unidos (EUA) em novembro deste ano deve ter grandes implicações para o clima, mas parte dos eleitores talvez não saiba disso. Muitos nunca ouviram falar do maior pacote climático de medidas climáticas da história do país, editado pelo atual presidente Joe Biden, de acordo com pesquisa do Programa de Comunicação sobre Mudanças Climáticas da Universidade de Yale.

Em 2022, Biden sancionou a lei que destinou o maior investimento em ação climática da história dos Estados Unidos. O Inflation Reduction Act (IRA), como é conhecida, autoriza US$ 391 bilhões para o desenvolvimento de energia limpa e o enfrentamento do aquecimento global. Entre as medidas estão incentivos fiscais e descontos para consumidores e empresas comprarem aparelhos com eficiência energética, painéis solares e veículos elétricos.

A pesquisa Universidade de Yale é a mais recente de uma série de estudos e análises que mostram a falta de conhecimento das pessoas sobre o IRA, aprovado há dois anos. A análise aponta, ainda, para um ponto fraco no partido Democrata do atual presidente Biden na comunicação dos sucessos em torno de suas políticas climáticas para eleitores em potencial.

Comunicar melhor as mensagens climáticas, particularmente agora que a vice-presidente Kamala Harris está concorrendo à presidência, é ainda mais importante. Nos primeiros dias de sua campanha, a substituta de Biden no pleito ganhou alguma força no espaço do eleitorado climático, mas com apenas 95 dias até a eleição, o tempo pode ser curto, dizem alguns analistas.

E o que o histórico de Harris indica?

Ao longo de sua carreira política, Harris tem sido ativa na área de políticas climáticas. De acordo com analistas dos EUA, seu histórico pode indicar uma forte posição em grandes questões ambientais — desde acelerar a transição para energia limpa até responsabilizar empresas por suas emissões. Para isso, ela terá primeiro que derrotar o ex-presidente Donald Trump.

Como procuradora-geral da Califórnia, Harris investigou e, em alguns casos, entrou com ações contra empresas (uma delas foi a Volkswagen) por violações ambientais, como suas contribuições para a poluição que causa o aquecimento do clima. Mais tarde, como senadora da Califórnia, ela foi uma das copatrocinadoras originais do Green New Deal (Novo Acordo Verde), que visava ajudar o país a se livrar rapidamente dos combustíveis fósseis.

Durante a corrida presidencial em 2020, Harris também pressionou por medidas climáticas mais agressivas do que Biden, pedindo um aumento de US$ 10 trilhões no financiamento para ações ao longo de 10 anos.

Em termos climáticos, a candidata Democrata contrasta fortemente com o seu oponente do Partido Republicano. Trump é apontado por alguns como o vilão do clima, por ter tirado os EUA do Acordo de Paris, entre muitas outras ações na mesma direção.