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FAO alerta para o aumento do estresse climático das florestas em todo o mundo

FAO alerta para o aumento do estresse climático das florestas em todo o mundo

Relatório sobre o Estado das Florestas do Mundo 2024 traz estudo de caso sobre o Brasil, onde as novas tecnologias de gestão florestal estão ajudando a conter o desmatamento

22 de julho de 2024

As mudanças climáticas estão tornando as florestas de todo o mundo mais vulneráveis ​​a fatores estressantes como incêndios e pragas, de acordo com uma nova publicação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O relatório “O Estado das Florestas do Mundo 2024: Inovações do setor florestal em direção a um futuro mais sustentável”, divulgado nesta segunda-feira (22/7), enfatiza o papel da inovação na gestão florestal sustentável.

O relatório diz que as inovações estão ajudando a deter o desmatamento e a manter florestas em alguns países como o Brasil. Um dos estudos de caso apresentados aborda o uso de dados sobre o papel das florestas na produtividade da agricultura brasileira para ajudar a financiar a conservação florestal. Também é mencionado o melhoramento da 

conectividade nas cadeias de fornecimento de madeira para reduzir o desperdício e aumentar a viabilidade de manejo florestal sustentável no país.

“As inovações digitais estão ajudando no avanço do entendimento, no Brasil, dos benefícios da florestas (além do armazenamento e sequestro de carbono) para amortecer extremos climáticos”, menciona o relatório. Ferramentas como o Google Earth Engine, por exemplo, estão facilitando o processamento e análise dos enormes volumes de dados necessários para esses insights. Novos produtos digitais também tornaram possível determinar que regiões preservadas da Amazônia brasileira têm temperaturas, em média, 2 °C mais frias do que áreas desmatadas.

A publicação foi lançada durante a 27ª sessão do Comitê de Silvicultura (COFO), em Roma. O COFO é o principal órgão regulador florestal da FAO, encarregado de identificar questões políticas e técnicas emergentes. A reunião deste ano vai até sexta-feira e tem como tema “Acelerando soluções florestais por meio da inovação ”.

Produção e consumo

Segundo o relatório, quase seis bilhões de pessoas usam produtos florestais não madeireiros, e 70% dos pobres do mundo dependem de espécies selvagens para alimentação, medicina, energia, renda e outros propósitos. A produção global de madeira, após uma queda durante a pandemia da COVID-19, está de volta a cerca de 4 bilhões de metros cúbicos por ano e as projeções indicam que a demanda global por madeira em tora pode aumentar em até 49% entre 2020 e 2050.

Soluções inovadoras

Como a inovação pode criar vencedores e perdedores, o relatório defende abordagens inclusivas e sensíveis ao gênero para garantir a distribuição justa de benefícios entre homens, mulheres e jovens em todos os grupos socioeconômicos e étnicos. Promover a inovação deve considerar e integrar as circunstâncias, perspectivas, conhecimento, necessidades e direitos locais de todas as partes interessadas.

O relatório lista cinco ações facilitadoras que ajudarão a ampliar a inovação no setor florestal: aumentar a conscientização, impulsionar habilidades, capacidades e conhecimento em inovação, incentivar parcerias transformacionais, garantir mais financiamento universalmente acessível para inovação e fornecer um ambiente político e regulatório incentivador.

Ele também apresenta 18 estudos de caso de todo o mundo, que fornecem um vislumbre da ampla gama de inovações tecnológicas, sociais, políticas, institucionais e financeiras do setor florestal – e combinações destas – que estão sendo testadas e implementadas em condições do mundo real.