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IBGE: resíduos sólidos é a prática ambiental mais relatada por indústrias médias e grandes

IBGE: resíduos sólidos é a prática ambiental mais relatada por indústrias médias e grandes

O atendimento às normas legais foi o benefício mais citado, seguido por eficiência operacional e redução de custos, melhoria na reputação/imagem e relacionamento com o cliente

18 de setembro de 2024

Em 2023, 89,1% (8.758) das 9.827 indústrias brasileiras com 100 ou mais pessoas ocupadas realizaram pelo menos uma iniciativa ou prática ambiental, sendo as relacionadas a resíduos sólidos a mais declarada (79,6%). Os dados são da Pesquisa de Inovação Semestral (PINTEC) 2023: Indicadores temáticos – Práticas ambientais e biotecnologia divulgada nesta quarta-feira (18/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os demais temas investigados no estudo experimental, realizado em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), são: reciclagem e reuso (75,1%), eficiência energética (61,5%), recursos hídricos (57,1%), emissões atmosféricas (46,3%) e uso do solo (23,9%).

“A pesquisa vem num momento muito difícil da vida nacional, que exige medidas emergenciais para conter os incêndios recentes, desde agosto, envolvendo nossos céus de fumaça e lotando nossas cidades de pessoas com doenças respiratórias”, disse a diretora de economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida (foto).

“A pesquisa foi a campo no primeiro semestre de 2024 para colher dados de 2023 sobre o tema de iniciativas e práticas ambientais, com o objetivo de traçar um panorama da adoção de práticas ambientais relacionadas aos processos produtivos de empresas industriais que visam a diminuir o impacto negativo ao meio ambiente. Não é uma pesquisa sobre sustentabilidade, conceito mais amplo que abrange também os aspectos sociais, econômicos e institucionais”, explica o gerente de pesquisas temáticas, Flávio José Marques Peixoto. Em 2017, a PINTEC trienal fez um módulo de inovação ambiental.

Regulação ainda é o que dá mais resultado

Das empresas com iniciativas/práticas ambientais, 53,0% foram influenciadas pela regulamentação, especialmente nos temas de resíduos sólidos, recursos hídricos, emissões atmosféricas e uso do solo. Apenas 1.984 empresas (22,7%) dentre as 8.758 com iniciativa ou práticas ambientais, foram influenciadas por políticas públicas de incentivo.

“Os instrumentos de financiamento público voltados para estimular as iniciativas e práticas ambientais relacionadas à eficiência energética foram considerados os relativamente mais adequados em todos os quesitos analisados. Verifica-se amplo espaço para o aumento da influência dos incentivos públicos voltados para as iniciativas e práticas ambientais, uma vez que mais de 80% das empresas não utilizaram e/ou não conhecem os incentivos”, ressalta Peixoto.

Das 8.758 empresas com práticas ambientais, 8.642 (98,7%) reportaram ter tido benefícios com as iniciativas e práticas ambientais. O atendimento às normas legais foi o benefício mais citado (89,5%), seguido por eficiência operacional e redução de custos (84,4%), melhoria na reputação/imagem (78,8%) e relacionamento com o cliente (71,6%).

Fabricação de bebidas foi destaque

Em termos setoriais, as atividades que mais implementaram iniciativas e práticas foram: Fabricação de bebidas, que lidera os rankings de atividades relacionadas a recursos hídricos (93,3%), eficiência energética (87%), reciclagem e reuso (93,4%) e tem a segunda posição em resíduos sólidos (93,4%), atrás apenas de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (94,4%); e Refino e derivados de petróleo, coque e biocombustíveis, destaque em uso do solo (83,5%) e emissões atmosférica (82,7%).

Confecções foram as que relataram menos práticas ambientais

Por outro lado, as que menos realizaram práticas ambientais foram: Confecção de artigos do vestuário e acessórios (26,8% em recursos hídricos; 65,3% em resíduos sólidos; 50,8% em reciclagem e reuso; 1,3% em uso do solo e 17,7% em emissões atmosféricas) e Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (28,2% em recursos hídricos; 43,2% em resíduos sólidos; 31,7% em eficiência energética; 41,4% em reciclagem e reuso; 26,3% e emissões atmosféricas).