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Lula defende posição conjunta de países com florestas tropicais na COP 28 e cobra recursos

Lula defende posição conjunta de países com florestas tropicais na COP 28 e cobra recursos

Em discurso na ONU, presidente disse que sem mobilização financeira e tecnológica não há como implementar o Acordo de Paris e o Marco Global da Biodiversidade

“O mundo inteiro sempre falou da Amazônia. Agora, a Amazônia está falando por si”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o seu discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira. Em uma fala focada no combate à pobreza, à fome e a desigualdade, Lula também defendeu que os países detentores de florestas tropicais cheguem à COP 28, em Dubai, no fim deste ano, “com uma visão conjunta que reflita, sem qualquer tutela, as prioridades de preservação das bacias Amazônica, do Congo e do Bornéu-Mekong a partir das nossas necessidades.”

Sem a mobilização de recursos financeiros e tecnológicos não há como implementar o que decidimos no Acordo de Paris e no Marco Global da Biodiversidade, acrescentou, acrescentou. “A promessa de destinar 100 bilhões de dólares anualmente, para os países em desenvolvimento, permanece apenas isso, uma longa promessa”, destacou. De acordo com Lula, hoje, esse valor seria insuficiente para fazer frente a uma demanda que já chega à casa dos trilhões de dólares.

O presidente destacou a queda de 48% no desmatamento da Amazônia, ao longo dos últimos oito meses e as iniciativas para a preservação do bioma, um dos momentos em que foi mais aplaudido. “Sediamos, há um mês, a Cúpula de Belém, no coração da Amazônia, e lançamos nova agenda de colaboração entre os países que fazem parte daquele bioma. Somos 50 milhões de sul-americanos amazônidas, cujo futuro depende da ação decisiva e coordenada dos países que detêm soberania sobre os territórios da região”, complementou.

Outro episódio em que recebeu aplausos foi ao dizer que o Brasil está de volta: “o Brasil está se reencontrando consigo mesmo, com nossa região, com o mundo e com o multilateralismo. Como não me canso de repetir, o Brasil está de volta. Nosso país está de volta para dar sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais desafios globais.”

 

Clima e mudanças climáticas foram destaque na ONU

O clima e as mudanças climáticas concorreram com a guerra na Ucrânia como os temas mais mencionados pelos mandatários que discursaram na ONU. Lula, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden e outros chefes de estado e de governo o que citaram várias vezes.

“Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com altas taxas de emissões de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implementação do que já foi acordado”, afirmou. 

Não é por outra razão, acrescentou, “que falamos em responsabilidades comuns, mas diferenciadas. São as populações vulneráveis do Sul Global as mais afetadas pelas perdas e danos causados pela mudança do clima.

Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera”, pontuou.

Segundo o presidente do Brasil, os países em desenvolvimento não querem repetir esse modelo. “No Brasil, já provamos uma vez e vamos provar de novo que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível.

Estamos na vanguarda da transição energética, e nossa matriz já é uma das mais limpas do mundo”, reforçou, citando que 87% da energia elétrica brasileira vem de fontes limpas e renováveis.

A geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel também foi mencionada: “É enorme o potencial de produção de hidrogênio verde.

Com o Plano de Transformação Ecológica, apostaremos na industrialização e infraestrutura sustentáveis. Retomamos uma robusta e renovada agenda amazônica, com ações de fiscalização e combate a crimes ambientais.”