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Pequenos fornecedores da Nescafé na Indonésia terão proteção contra desastres climáticos

Pequenos fornecedores da Nescafé na Indonésia terão proteção contra desastres climáticos

Iniciativa abrangerá mais de 800 agricultores e poderá ser ampliada para outros países, visando aumentar a resiliência das fazendas de café aos padrões climáticos imprevisíveis

A Nestlé anunciou nesta segunda-feira (2/10) que está testando um programa de seguro meteorológico na Indonésia para mais de 800 pequenos produtores de café fornecedores da marca Nescafé. O projeto está sendo desenvolvido com a colaboração da Blue Marine, empresa especializada em seguro climático, um tipo de proteção financeira contra padrões climáticos imprevisíveis, como chuvas torrenciais e secas severas.

Marcelo Burity, Diretor Global de Desenvolvimento de Café Verde da Nestlé, disse que o seguro climático ajuda a estabelecer um mecanismo de apoio para os pequenos produtores ao mesmo tempo em que cria resiliência nas fazendas de café. O seguro utiliza dados climáticos baseados em satélite para determinar quando a produção foi afetada por chuvas excessivas ou insuficientes, durante as principais fases do ciclo da colheita de café. Os pagamentos são emitidos automaticamente aos agricultores cadastrados afetados, de acordo com a severidade do clima.

“Os pequenos produtores de café na Indonésia são vulneráveis ​​aos riscos climáticos e precisam de acesso a seguros para se protegerem contra eventos climáticos extremos”, disse Jaime de Piniés, CEO da Blue Marble. 

A iniciativa é parte do Plano Nescafé 2030, que visa apoiar a sustentabilidade do café a longo prazo e ajudar a melhorar a subsistência dos agricultores. Com base nos resultados do piloto, a Nestlé determinará se expandirá a abordagem para outros locais de fornecimento em todo o mundo.

Transição para a agricultura regenerativa

A mudança das práticas agrícolas requer acesso ao conhecimento e tempo para aprender e implementar, afirma o comunicado da empresa. Ao passarem para a agricultura regenerativa, os cafeicultores podem ajudar a restaurar a saúde do solo, reverter a perda de biodiversidade e fortalecer os ecossistemas. Isso também ajuda a reduzir a quantidade de gases de efeito estufa liberados na atmosfera.

Para estimular a transição para a agricultura regenerativa, a Nestlé contribuiu na elaboração do estudo “Agricultura Regenerativa para Fazendas de Café Resilientes e de Baixo Carbono – Um Guia Prático ”, desenvolvido pela Aliança da Bioversidade Internacional e pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT). O trabalho fornece aos agrônomos, instrutores e profissionais que trabalham com produtores de café um conjunto de melhores práticas para adaptação a diferentes contextos agrícolas. 

Entre as melhores práticas estão a agrossilvicultura, que inclui cultivo consorciado, conservação do solo e culturas de cobertura, gestão integrada de ervas daninhas e pragas, gestão integrada de nutrientes, uso eficiente da água, valorização de resíduos, ações paisagísticas e rejuvenescimento de cafeeiros com variedades bem adaptadas.

Pascal Chapot, diretor Global de Desenvolvimento Agrícola Sustentável da Nestlé, afirmou que o guia dá aos produtores de café um conjunto de ações de campo que podem implementar para se tornarem mais resilientes às alterações climáticas e a diversificar as suas fontes de rendimento. “O conhecimento é fundamental e esperamos que este guia torne estas práticas de agricultura regenerativa mais acessíveis aos agricultores e apoie uma transição acelerada para elas. Isto é essencial para enfrentar os desafios climáticos que se avizinham”, afirmou.

Mirjam Pulleman, ecologista sênior e coautora do guia, disse que criar um impacto real no terreno requer aprender com experiências reais, com agricultores de diferentes origens, e fornecer incentivos para apoiá-los. “As melhores práticas destacadas no guia são um ponto de partida. Cada prática terá de ser adaptada às especificidades de cada país de origem, aos diferentes tipos de exploração, às paisagens envolventes e aos recursos disponíveis”, comentou.