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Roteiro orienta países na construção de sistemas de saúde resilientes à mudança climática

Roteiro orienta países na construção de sistemas de saúde resilientes à mudança climática

Quadro operacional divulgado pela Organização Mundial de Saúde apresenta propostas aos tomadores de decisão do setor antes da COP28, que este ano terá um dia dedicado à saúde

9 de novembro de 2023

Em resposta às rápidas mudanças climáticas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta quinta-feira (9/11) um novo quadro operacional para a construção de sistemas de saúde resilientes e de baixo carbono. O lançamento é uma preparação para a próxima Conferência do Clima da das Nações Unidas (COP-28), que começa no fim deste mês em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O setor de saúde é responsável por quase 5% do total global de emissões de gases de efeito estufa.

Pela primeira vez, uma COP terá um dia dedicado à saúde e um debate ministerial sobre o tema. Por esta razão, a COP-28 é considerada histórica pela OMS, que destaca a importância de incorporar as prioridades de saúde pública nas discussões sobre o clima.

Para a OMS, a crise climática está se tornando, cada vez mais, uma emergência de saúde pública. A estimativa é de que 250 mil pessoas morram todos os anos devido às mudanças climáticas. O aumento das temperaturas, as condições meteorológicas extremas, a poluição, os incêndios florestais, as enchentes e a falta de segurança no abastecimento de água e alimentos provocam a perda de vidas e também doenças.

A proposta da OMS foi concebida para ajudar os países a aumentar a resiliência dos seus sistemas de saúde e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com o objetivo de ajudar a salvaguardar a saúde das comunidades. O documento apresenta diferentes caminhos para o reforço da resiliência climática e a descarbonização das atividades do setor.

O principal objetivo das orientações é orientar sobre os riscos para a saúde relacionados ao clima, reforçar as funções do sistema de saúde para a resiliência climática, apoiar o desenvolvimento de intervenções específicas para a redução dos riscos climáticos e das emissões de gases de efeito estufa e definir funções e responsabilidades para os tomadores de decisão.

Benefícios incluem aumento da segurança sanitária global

De acordo com a OMS, reduzir as emissões de gases de efeito de estufa e aumentar a resiliência dos sistemas de saúde contribui para os objetivos mais amplos da cobertura universal de saúde. Entre eles, aumentar a segurança sanitária global e alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU).

A estrutura proposta foi desenvolvida para atender a pedidos de ministros da saúde de mais de 75 países para que a OMS apoiasse a construção de sistemas de saúde sustentáveis, resilientes às alterações climáticas e de baixo carbono. Estes países aderiram à Aliança para Ação Transformadora sobre o Clima e a Saúde (ATACH), criada pelo Reino Unido e a OMS em 2022.

O documento não é apenas um roteiro para as organizações e autoridades de saúde, mas também um recurso para tomadores de decisão, como agências de saúde pública, lideranças políticas e instituições especializadas.

“Em todo o mundo, os sistemas de saúde são vulneráveis ​​aos impactos das alterações climáticas, mas também contribuem para isso”, afirmou o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Temos, portanto, uma dupla responsabilidade de construir sistemas de saúde que possam resistir aos choques relacionados com o clima e, ao mesmo tempo, reduzir a sua pegada de carbono. Este quadro dá aos países um roteiro para fazer exatamente isso.”