Combustível sustentável é passo decisivo para descarbonização da aviação
A Shell Internacional e o Grupo Lufthansa divulgaram comunicado nesta terça-feira (1/8) informando que assinaram um acordo de intenções para fornecimento, pela petroleira, de combustível de aviação sustentável (Sustainable Aviation Fuel – SAF) à aviadora. O SAF é considerado um passo decisivo para a descarbonização da aviação, setor responsável por mais de 2% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE).
Se o memorando for ratificado, o fornecimento da Shell à Lufthansa de combustível de baixo carbono ocorrerá por sete anos, nos aeroportos em todo o mundo, a partir de 2024, podendo chegar a 594 milhões de galões (1,8 milhão de toneladas).
A produção do SAF não usa fontes de energia fóssil, como petróleo bruto ou gás natural, e emite menos CO2 do que o querosene convencional. Em sua forma pura o SAF, pode reduzir as emissões da aviação em até 80% em comparação com o querosene. Misturado com combustível de aviação convencional em uma proporção de até 50%, resulta num combustível de aviação com emissões de carbono significativamente menores.
Diferentes tecnologias
Ao contrário da maioria dos acordos de fornecimento em que esse tipo de combustível é produzido a partir de apenas uma tecnologia, o SAF que poderá ser fornecido pela Shell à Lufthansa deve ser fabricado com base em até quatro diferentes caminhos tecnológicos; além de uma ampla gama de matérias-primas sustentáveis.
No comunicado, o presidente da Shell Aviação, Jan Toschka, disse estar que “é encorajador ver grandes transportadoras emblemáticas vindo até nós para discutir acordos de fornecimento SAF, sabendo que haverá muitas coisas a serem definidas e determinadas em um estágio posterior, incluindo marcadores de preços estabelecidos.
O SAF é a maneira mais significativa de descarbonizar a aviação nas próximas décadas. Nosso relacionamento vai além de acordos comerciais – é estratégico e alinhado com a visão de que a SAF é a chave para alcançar um futuro sustentável na aviação”.
O executivo disse ainda, no mesmo comunicado, que espera que o contrato potencial de compra do SAF contemplado no memorando, pelo volume previsto, período e escopo geográfico, seja um marco, se concluído, e mostre o caminho a seguir para a descarbonização no setor de aviação.
Katja Kleffmann, diretora de Fuel Management Supply do Grupo Lufthansa, comentou que, “como indústria, temos que trabalhar em conjunto para tornar o voo mais sustentável e alcançar emissões líquidas zero de carbono até 2050. A Shell tem muita experiência no manuseio global de combustível de aviação e esse é um elemento-chave para nossa confiança em operações tranquilas de aviação sustentável”.
O comunicado também ressalta que o memorando contribui para a ambição da Shell de ter pelo menos 10% de suas vendas globais de combustível de aviação como SAF até 2030 e para a ambição do Grupo Lufthansa de impulsionar a disponibilidade, o crescimento do mercado e o uso de SAF como um elemento central de sua sustentabilidade estratégia.
A Lufthansa já é a maior compradora de SAF na Europa e uma das companhias aéreas que permitem que seus clientes relatem suas reduções de emissões por meio de um certificado auditado.
Foto de divulgação: Katja Kleffmann, diretora de Fuel Management Supply do grupo Lufthansa, e o presidente da Shell Aviação, Jan Toschka, durante assinatura do memorando