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Telhados solares ganham o mundo e Brasil surpreende

Telhados solares ganham o mundo e Brasil surpreende

Energia solar distribuída nessas instalações cresceu 48% em 2022 e vai continuar crescendo

Pequenas instalações que geram eletricidade para aplicações residenciais, comerciais, industriais e fora da rede representaram aumento de 48% da energia solar fotovoltaica distribuída em 2022 em todo o mundo, o maior crescimento da história, segundo análise publicada nesta terça-feira (25/07) pela Agência Internacional de Energia. Espera-se que o total chegue a 140 gigawatts (GW) em 2024, um crescimento superior a 30% em comparação com os níveis de 2022.

No Brasil, a implantação dessa energia renovável aliada da descarbonização superou as expectativas, segundo a análise, com 7,8 GW de energia distribuída adicionada em 2022, e perto de 17 GW de capacidade total instalada.

Por que isso é importante?

A energia solar é um dos pilares da transição energética, que visa a descarbonização, com benefícios para os consumidores e no combate às mudanças climáticas. Há também vantagens econômicas: a instalação de painéis solares nos telhados requer mais mão de obra, funcionando como motor para o crescimento do emprego. Por isso, os telhados solares estão ganhando o mundo. 

Austrália é o país que tem a maior participação per capita (por pessoa) de telhados solares do mundo, com instalações em mais de 30% das residências e capacidade superior a 19GW. A União Europeia adicionou mais de 23GW de energia solar em telhados em 2022. A Índia tem cerca de16 GW, com meta atingir 500 GW de capacidade instalada de eletricidade gerada a partir de tecnologias baseadas em combustíveis não fósseis até 2030.

O número de edifícios residenciais em todo o mundo com painéis fotovoltaicos solares deverá passar de 25 milhões, em 2020, para 100 milhões em 2030, e saltar para 240 milhões em 2050, prevê a agência.

Redução de emissões de CO2 e da conta de energia

A adoção crescente de energia solar contribui para a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) e das contas de energia dos consumidores. No entanto, também aumenta a complexidade de gerenciar fluxos de energia e manter a estabilidade do sistema de energia, principalmente quando se trata de como a eletricidade é distribuída, afirmam os autores do texto “As ferramentas digitais ajudarão a manter o crescimento forte da energia solar fotovoltaica distribuída”. Como resultado, os operadores do sistema de transmissão e as empresas de distribuição precisam ter visibilidade sobre a localização das instalações e seu desempenho ao longo do tempo, acrescentam.

A energia distribuída também requer ferramentas de previsão mais sofisticadas para contabilizar quanta eletricidade é produzida por meio de painéis solares, distribuída e consumida localmente, e para levar em consideração mudanças importantes no clima e na cobertura de nuvens. Um estudo dos EUA estimou que uma previsão incorreta poderia custar às concessionárias US$ 7 milhões por terawatt-hora vendido.

Se a implantação não for gerenciada adequadamente, podem ocorrer problemas técnicos, incluindo distúrbios nas redes, como violações dos limites de tensão no nível de distribuição. Ou, se a produção fotovoltaica distribuída exceder a demanda, o excesso de eletricidade pode fluir a montante (de baixa para média ou alta tensão), danificando subestações e outros ativos da rede.

A implantação e integração eficazes de solar distribuída em escala, portanto, requer redes modernas e digitalizadas, além de ferramentas digitais. Essas inovações aliviarão os desafios de gerenciar o aumento da capacidade fotovoltaica distribuída, ao mesmo tempo em que promovem uma maior eficiência do sistema.