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Trilhando o caminho da ecoeficiência e da descarbonização

Trilhando o caminho da ecoeficiência e da descarbonização

Gestão de Emissões e Mudanças Climáticas é um dos principais desafios do Sicredi e tema de alta relevância para o setor financeiro, afirma o articulista convidado Romeo Balzan

Por Romeo Balzan*

Como membro do Pacto Global da ONU, o Sicredi está comprometido em cumprir com suas diretrizes e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Por isso, alinhamos nossa estratégia de mensuração e redução de emissões sistêmicas com as melhores práticas internacionais.

Criamos, em 2022, o Programa de Ecoeficiência do Sicredi, que é estruturado em duas frentes. A de Operação ecoeficiente busca explorar as oportunidades para tornar nossos processos e operação ainda mais eficientes do ponto de vista econômico e ambiental, contemplando os temas gestão de resíduos sólidos, construções sustentáveis e processos da operação que possuem uma contribuição importante para as nossas emissões diretas; e Gestão de Emissões e Mudanças Climáticas, que tem o objetivo de ampliar a nossa contribuição para uma agenda positiva de ação contra a mudança global do clima, ao mesmo tempo em que colaboramos com o desenvolvimento das regiões onde estamos presentes, contemplando os temas de mensuração, neutralização e redução de emissões em toda a nossa cadeia de valor.

Romeo Balzan _ Sicredi

Atualmente, os principais desafios do nosso Programa de Ecoeficiência estão relacionados à frente de Gestão de Emissões e Mudanças Climáticas, tendo em vista que este é um tema de alta relevância para o setor financeiro, que tem um papel crucial para auxiliar o mundo na transição para uma economia de baixo carbono.

O Sicredi mensura anualmente as emissões de carbono, através do Inventário de Emissões sistêmico. O inventário fornece um retrato das emissões de todas as nossas cooperativas e do Centro Administrativo Sicredi, e nos permite elaborar estratégias para reduzir ou neutralizar o impacto de nossas operações em termos de mudanças climáticas. Nosso Inventário é calculado conforme metodologia do Programa Brasileiro GHG Protocol, contemplando os escopos 1, 2 e 3 e sendo reconhecido com o Selo Ouro, maior nível de qualificação para inventários de carbono corporativos.

É importante ressaltar que, desde 2020, temos como premissa a compensação anual de todas as emissões de gases de efeito estufa mensuradas em nosso Inventário Sistêmico, através da compra de créditos de carbono. Em 2022 evoluímos nossa estratégia: além de neutralizar as emissões calculadas no Inventário de 2021, adiantamos a compensação das emissões projetadas para todo o ano de 2022. Para tanto, apoiamos seis projetos de créditos de carbono localizados em diferentes regiões do Brasil, totalizando mais de 45 mil toneladas de carbono neutralizadas.

No escopo 3 do nosso inventário, ainda não incluímos a mensuração da atividade financiada, o que pretendemos fazê-lo no próximo ano. Para tanto, neste ano iniciamos um diagnóstico e análise da nossa carteira de crédito e também das metodologias disponíveis no mercado, a fim de que possamos contemplar as emissões dos nossos associados em nosso inventário.

Nesta mesma direção, nossos times de produtos estão focados no desenvolvimento de soluções financeiras e não financeiras que oportunizem a descarbonização da carteira, bem como, atuando na captação internacional de recursos que possam contribuir para a liberação de financiamentos que ajudem nossos associados na descarbonização de suas operações, como é o caso da geração de energia solar.

Em termos de redução de emissões, diversas de nossas agências e sedes administrativas de cooperativas e também o CAS possuem autogeração de energia renovável. No ano de 2022 contávamos com mais de 500 unidades com autogeração de energia fotovoltaica, o que proporcionou 574 toneladas de carbono evitadas. Além disso, a compra de energia de fonte renovável do mercado incentivado realizada pelo CAS resultou em 234 toneladas de carbono reduzidas em 2022.

Apesar de avanços significativos, sabemos que temos uma longa jornada a trilhar na busca de uma gestão ecoficiente; mas estamos no caminho.

*O articulista convidado Romeo Balzan é Superintendente de Cooperativismo e Sustentabilidade do Sicredi