Carvão foi responsável por mais de 65% do aumento das emissões globais provenientes da combustão de energia, segundo novo relatório da Agência Internacional de Energia
04 de março de 2024
As emissões globais de dióxido de carbono (CO2) relacionadas à energia desaceleraram em 2023, mas ainda cresceram 1,1% em 2023, atingindo um novo recorde, de 37,4 mil milhões de toneladas (Gt). O carvão foi responsável por mais de 65% desse aumento, enquanto as energias renováveis tornaram o ritmo mais lento, segundo o novo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), “Emissões de CO2 em 2023”, divulgado junto com o lançamento da primeira edição do “Monitor do Mercado de Energia Limpa – março de 2024”.
O crescimento das emissões de gases de efeito estufa foi substancialmente menor do que o do PIB global, que teve expansão de cerca de 3% em 2023. O ano passado manteve, portanto, a tendência recente de desaceleração das emissões de CO2 em relação à atividade econômica em todo o mundo, diz a AIE.
Produção recorde de renováveis
Graças à crescente implantação de energias limpas, houve um abrandamento estrutural das emissões totais provenientes do setor de energia. Ao longo dos dez anos que terminaram em 2023, as emissões globais de CO2 cresceram cerca de 0,5% ao ano, a taxa mais lenta desde a Grande Depressão.
As adições de capacidade global de energia eólica e solar fotovoltaica atingiram um recorde de quase 540 GW em 2023, com aumento de 75% frente a 2022. As vendas globais de carros elétricos também subiram para cerca de 14 milhões, com um crescimento de 35% em relação ao nível de 2022.
Carvão continua sendo vilão
O carvão foi, de longe, o que mais contribuiu para o aumento das emissões globais de CO2 na era pós-pandemia. Em 2023, foi responsável por cerca de 70% do aumento das emissões globais provenientes da combustão de energia (+270 Mt).
A China e a Índia registaram aumentos substanciais nas emissões provenientes da combustão do carvão, apenas parcialmente compensados pelos declínios nas economias avançadas.
As emissões de petróleo foram impulsionadas pela reabertura pós pandemia de Covid-19 na China e na aviação global, aumentando cerca de 95 Mt globalmente. As emissões de gás natural aumentaram apenas marginalmente a nível global.
