Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil participou de painéis do Fórum Econômico Mundial com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e teve encontro com Bill Gates
17 de janeiro de 2024
O presidente da Colômbia, Gustavo Pedro, defendeu o perdão das dívidas das nações em desenvolvimento em troca de ação climática: “Não é caridade, é um mecanismo poderoso de financiamento”, afirmou. São necessários US$2,5 bilhões anuais para reflorestar áreas desmatadas e promover a bioeconomia na Amazônia colombiana, disse ele em painel do Fórum Econômico Mundial no qual esteve presente a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva.
Também participaram do debate Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Helder Barbalho, governador do Pará, e Fany Kuiru, líder da Coordenadoria de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica).
A ministra Marina Silva afirmou que a humanidade precisará decidir pelo fim dos combustíveis fósseis para combater a mudança do clima. Ela participou de painel com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, durante o encontro anual de Davos, que tem a crise climática como um de seus temas centrais em 2024.
Em outra mesa, cujo tema foi a transformação energética brasileira, que Marina participou com os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Nísia Trindade (Saúde). A ministra também teve reuniões com o empresário Bill Gates, o enviado especial para o Clima dos EUA, John Kerry, e o secretário-executivo da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima da ONU, Simon Stiell.
No painel com Petro, Marina citou a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de zerar o desmatamento até 2030 e o compromisso colombiano de não explorar petróleo na Amazônia. Ambas metas, afirmou, eventualmente se encontrarão.
“O Brasil tomou uma decisão corajosa de desmatamento zero. A Colômbia tomou decisão em relação a petróleo zero. Em algum momento nós vamos nos encontrar, a Colômbia vai dizer que é desmatamento zero e a humanidade vai ter que dizer que é petróleo zero.”
Após quatro anos de retrocesso, a retomada da governança ambiental e das ações de fiscalização fez com que o desmatamento na Amazônia reduzisse 50% em 2023 na comparação com 2022, segundo o sistema Prodes, do Inpe. A queda evitou a emissão de aproximadamente 250 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente na atmosfera.
Já o termo de referência para a redução dos combustíveis fósseis, afirmou Marina, foi dado pelo presidente Lula na abertura da COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Na ocasião, Lula disse que é “é hora de enfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis”.
O debate é estratégico para todos os países produtores e consumidores de combustíveis fósseis, afirmou a ministra, que mencionou os subsídios de US$7 trilhões para energias fósseis no mundo em 2022. A transição deve ser liderada pelos países industrializados, maiores responsáveis pelas emissões históricas, pontuou Marina. O financiamento climático, concluiu, ainda está aquém do necessário.
Na foto da home, a ministra Marina Silva, com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro e o governador do Pará, Helder Barbalho, em seu lado direito. À esquerda, o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn, e a secretária nacional de Mudança do Clima do MMA, Ana Toni. Em frente, o apresentador Luciano Huck, moderador do painel. Foto: MMA