O sexto episódio da série Amazônia Urbana, da Climate Tracker, aborda os desafios e oportunidades da bioeconomia para o desenvolvimento sustentado e inclusivo, a preservação ambiental e do clima
09 de outubro de 2024
“A bioeconomia da Amazônia” é o último de seis vídeos produzidos pela editora do Carbon Report, Mariza Louven, para o projeto Amazônia Urbana, da Climate Tracker – uma organização internacional sem fins lucrativos dedicada ao combate às mudanças climáticas. Os conteúdos audiovisuais são destinados à publicação em redes sociais, para chamar a atenção dos internautas sobre os desafios ambientais das cidades da região.
O vídeo mostra que a bioeconomia pode ser a chave para o desenvolvimento sustentado e inclusivo na Amazônia, ajudando ainda a preservar a floresta e o clima. Estratégica para a reindustrialização do país, é também oportunidade para a criação de negócios de base tecnológica e maior valor agregado, que geram empregos e renda local ao mesmo tempo que contribuem para diminuir a pressão pelo desmatamento.
Apesar de estar muito relacionada à transição energética, a bioeconomia vai além da substituição dos combustíveis fósseis por renováveis, que emitem menos gases de efeito estufa e contribuem para desacelerar os efeitos das mudanças climáticas.
O desmatamento diminuiu na Amazônia, mas é uma ameaça permanente. De acordo com a WWF Brasil, o projeto de lei em tramitação no Congresso, que propõe a redução das áreas de reserva legal de propriedades na Amazônia, pode representar a legalização de novos desmatamentos em áreas florestais no bioma, colocando em risco a população local e aumentando os riscos para o clima do planeta.
O desmatamento pode ser o maior desafio para a bioeconomia da Amazônia prosperar, mostra o episódio. Uma delas, segundo a WWF Brasil, é o Projeto de Lei 3334, de 2023, que propõe a redução da área de reserva legal na Amazônia de 80% para 50%, o que poderia representar a legalização de novos desmatamentos. O texto chegou a entrar na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, em maio, mas a votação foi adiada.
Novas tecnologias aplicadas aos bioinsumos locais são tão importantes quanto a inclusão das comunidades e saberes ancestrais à cadeia de valor. A inclusão das pessoas no processo produtivo e a geração de mais riqueza também deve ser impulsionada pelo acesso ao crédito, às políticas públicas e à informação.
Os produtos da Amazônia já são objeto de desejo em mercados de alto poder aquisitivo sensíveis à problemática do desmatamento, mas a logística cara, a burocracia e a falta informação continuam sendo empecilhos ao seu desenvolvimento.
O episódio é ancorado em entrevistas com o diretor do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (IDESAM), André Vianna, e com a gerente de Programas da Climate Ventures e coordenadora do projeto Amazônia em Casa, Floresta em Pé, Whilla Castelhano. Vivian Chun, fundadora da empresa Moma, fabricante de produtos de higiene pessoal que usa bioinsumos da Amazônia, também falou sobre os desafios de empreender na bioeconomia.
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