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A falta d’água nas cidades da Amazônia

A falta d’água nas cidades da Amazônia

O segundo episódio da série audiovisual Amazônia Urbana, da Climate Tracker, aborda a ausência de infraestrutura de tratamento e distribuição de água nas cidades amazônicas

12 de junho de 2024

“Cidades amazônicas e acesso à água encanada e tratada” é o segundo de seis vídeos produzidos pela editora do Carbon Report, Mariza Louven, para o projeto Amazônia Urbana, da Climate Tracker, uma organização internacional sem fins lucrativos dedicada ao combate às mudanças climáticas. Os conteúdos audiovisuais são destinados à publicação em redes sociais, para chamar a atenção dos internautas sobre os desafios ambientais das cidades situadas dentro da maior bacia hidrográfica do mudo.

Grande parte da população de algumas das cidades mais populosas da Amazônia não é atendida pela rede de água potável, mostra o segundo episódio. A situação é mais crítica em Porto Velho (RO), às margens do rio Madeira, mas o problema também é grave em Ananindeua (PA), por onde corre o rio Maguari; em Santarém (PA), rio Tapajós; Rio Branco (AC), rio Acre; e Macapá (AM), única capital banhada pelo rio Amazonas, o de maior volume de água do mundo.

O trabalho é baseado, principalmente, nos dados do Instituto Trata Brasil: no Norte do Brasil, apenas 55% da população tem água tratada e encanada, enquanto que, no Sudeste, ela chega a 91% das pessoas.

“A região Norte é a que tem maior dificuldade com relação ao acesso à água e à coleta e tratamento de esgoto. O Amapá é um estado com bastante dificuldade com acesso ao saneamento, tem apenas 46,9% de acesso à água. Evoluiu, agora, bastante, nos últimos anos, mas tem um desafio enorme pela frente, tendo em vista que 5,4% da população, apenas, tem acesso à coleta de esgoto”, afirma no vídeo a presidente do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto.

O esgoto não tratado e lançado no meio ambiente pode provocar a contaminação de rios, poços e cacimbas, mas a segurança hídrica também é ameaçada pelas mudanças climáticas, que têm provocado secas severas e prolongadas no Norte. A falta de chuva se tornou dez vezes mais provável na Amazônia, devido às mudanças climáticas, segundo a Rede Mundial de Atribuição (WWA). O vídeo mostra, ainda, que mesmo quem tem acesso à rede de água sofre com paralisações constantes no fornecimento.

O segundo episódio, assim como toda a série, chama a atenção para o fato de este ser um ano de eleições, oportunidade para eleitores e eleitoras ficarem de olho nos planos de seus candidatos para garantir o acesso à água tratada e encanada. Este é um direito de toda a população, previsto no Marco Legal do Saneamento Básico.