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Bolsa de Valores de Joanesburgo cria a JSE Ventures para comercialização de CO2

Bolsa de Valores de Joanesburgo cria a JSE Ventures para comercialização de CO2

Segundo o think tank norte-americano Atlantic Council, o mercado voluntário de créditos de carbono africanos cresceu em média 36% nos últimos cinco anos 

A Bolsa de Valores de Joanesburgo (Johannesburg Stock Exchange – JSE) acaba de lançar o seu mercado de carbono em colaboração com a Xpansiv, o principal fornecedor de infraestrutura para mercados ambientais globais, sob uma entidade legal chamada JSE Ventures. Esta iniciativa inovadora de sustentabilidade permitirá aos participantes comprar ou vender créditos de CO2 e certificados de energia renovável mantidos em registos locais ou globais.

De acordo com o comunicado da JSE, os clientes poderão avançar nos seus objetivos de sustentabilidade, pois terão acesso total à funcionalidade da plataforma global Xpansiv para negociação à vista, leilões ou pedidos de cotações para compensações de carbono e certificados de energia renovável.

“Há um maior foco global nos mercados de carbono e vimos isto como uma oportunidade de trazer uma solução inovadora aos nossos participantes no mercado, ao mesmo tempo que posicionamos a África do Sul como um contribuidor significativo para a descarbonização”, afirma Leila Fourie, CEO do Grupo JSE.

“Um aspecto interessante da operação da infraestrutura dos mercados ambientais globais é a parceria com líderes como a JSE para permitir que novos mercados dimensionem a transição energética e apoiem de forma eficiente o financiamento climático”, disse John Melby, CEO da Xpansiv. 

Formada em 2016, a Xpansiv é uma fornecedora líder de tecnologia de mercado ambiental, incluindo infraestrutura de registro, dados de mercado e plataformas de gerenciamento de portfólio.

Emissões da África do Sul

De acordo com a JSE, a África do Sul é o décimo segundo maior emissor de carbono a nível mundial e tem uma necessidade crescente de acesso e fornecimento de créditos de carbono. Um mercado voluntário de carbono sul-africano acelerará a criação de projetos de compensação de carbono, ajudará a satisfazer a procura de créditos por parte dos emissores de carbono que procuram compensar as suas emissões, aumentará o interesse de investimento no país e contribuirá significativamente para ajudar o crescimento da economia e melhorar as práticas de sustentabilidade.

“Esta iniciativa é adequada para participantes do mercado que identificaram compromissos claros de sustentabilidade, especialmente em direção ao carbono zero. Estamos ansiosos para interagir com eles na gama de ofertas ambientais da plataforma”, acrescenta Fourie.

Mercado africano de créditos cresceu 36%, em média, nos últimos cinco anos

Segundo o Atlantic Council, um think tank norte-americano que atua no campo das relações internacionais, embora ainda relativamente imaturos, os mercados voluntários de carbono cresceram consideravelmente. Em 2022, o seu valor global ultrapassou US$ 2 bilhões, um aumento de quatro vezes em relação a 2020, e os créditos africanos tiveram expansão de 36%, em média, nos últimos cinco anos. 

No entanto, este rápido crescimento, aliado à falta de estrutura, levou a vários problemas, incluindo preocupações sobre a qualidade e legitimidade de muitos desses títulos, o que lança dúvidas sobre as contribuições reais dos créditos para a mitigação das alterações climáticas, o que dificulta o crescimento do mercado.