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BB realiza operação inédita de negociação internacional de 5 mil créditos de carbono

BB realiza operação inédita de negociação internacional de 5 mil créditos de carbono

De acordo com o vice-presidente de Negócios de Atacado do banco, Francisco Lassalvia, a instituição vai criar uma mesa de operações específica para negociação desses ativos

O Banco do Brasil acaba de realizar uma operação inédita de intermediação de compra e venda de créditos de carbono no mercado internacional. Cinco mil créditos de CO2 do Projeto Envira Amazônia, transacionados no mercado secundário pelo Banco BNP Paribas, foram vendidos no exterior ao Standard Chartered Bank. De acordo com comunicado do BB, a operação é um piloto para validar um novo modelo de negócios que prevê a criação de uma mesa de operações específica para o comércio desses ativos.

Os créditos de CO2 negociados foram gerados pelo Projeto Envira, que possibilita a proteção de mais de 200 mil hectares de Floresta Amazônica e tem o selo Clima, Comunidade e Biodiversidade (Climate, Community and Biodiversity CCB). Isso garante que um percentual da venda dos créditos seja revertido em benefício da comunidade local.

Baseado em Redução de Emissões Provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (Reducing Emissions from Deforestation and forest Degradation – REDD+), os títulos são chancelados pela Verra, maior certificadora mundial de títulos transacionados no mercado voluntário de carbono.

O mercado de créditos de carbono é considerado um mecanismo fundamental para alavancar recursos necessários ao financiamento de projetos de descarbonização, fundamentais para conter o aquecimento global e a mudança climática.

Meta do BB é conservar ou reflorestar um milhão de hectares

O Banco do Brasil tem meta de conservar ou reflorestar um milhão de hectares até 2025. A instituição vem ampliando sua atuação no mercado voluntário de CO2, apoiando clientes na elaboração de projetos com adicionalidade social, ambiental e climática.

Segundo o vice-presidente de Negócios de Atacado do BB, Francisco Lassalvia, para participar deste novo mercado e reforçar a posição do banco como líder na negociação de créditos de carbono, a instituição vai criar uma mesa de operações específica para esses ativos: “O Banco do Brasil tem demonstrado com negócios concretos que é um ator relevante em investimentos sustentáveis. O ineditismo desta operação reforça esse nosso posicionamento de vanguarda em um novo mercado, gerando negócios e potencializando ainda mais a sustentabilidade de forma global”, explica Lassalvia.

Para o BNP Paribas, a operação reforça o potencial do Brasil como liderança no processo de descarbonização da economia global. “Atuamos nos mercados regulado e voluntário de carbono desde 2018. Realizamos, pela primeira vez, uma negociação dessa natureza com um banco brasileiro, o Banco do Brasil, em uma operação que representa um marco para o desenvolvimento do mercado brasileiro de créditos de carbono. Como banco, assumimos a missão de apoiar nossos clientes nessa transição por meio do desenvolvimento de produtos e serviços alinhados com a agenda ESG”, comenta Valter Luz, diretor da área de Vendas Institucionais do BNP Paribas Brasil.

“O Grupo Standard Chartered está muito satisfeito por fazer parte dessa transação marcante para o Banco do Brasil, reiterando a sua visão de que o Brasil será peça chave no caminho para a descarbonização,” disse Germana Cruz, CEO do escritório de representação do Grupo Standard Chartered no Brasil. Segundo ela, a  instituição está posicionada para apoiar seus clientes e parceiros nesse mercado nascente no Brasil e na América Latina e esta operação fortalece ainda mais os laços do Grupo Standard Chartered com o país e seu compromisso com a agenda ESG.

“A operação inédita reforça o pioneirismo do Banco do Brasil no mercado de carbono demonstrando que estamos prontos para apoiar nossos clientes desde o desenvolvimento de novos projetos geradores de créditos, a compra e venda desses ativos e a assessoria para a realização de inventários de emissões de gases de efeito estufa. Com os projetos que apoiamos atualmente, preservamos mais de 500 mil hectares de floresta nativa, além de investirmos na melhoria da qualidade de vida das populações locais nessas áreas”, avalia José Ricardo Sasseron, vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial do BB.

A sustentabilidade é um dos territórios de atuação da marca Banco do Brasil, que tem intensificado as ações em torno da pauta ESG neste ano. No início deste mês, o Banco anunciou a estruturação de suas unidades e, no novo desenho do organograma do Banco, foi criada uma Unidade Estratégica exclusivamente destinada a boas práticas ambientais, sociais e de governança.

Dados recentes indicam que o mercado voluntário de créditos de carbono atingiu US$ 2 bilhões em volume de negociação no mundo em 2022. Especificamente para o mercado brasileiro, estima-se que esse volume atinja a marca de US$ 20 bilhões até 2030 de acordo com a Way Carbon, sendo que o Brasil poderá responder por cerca de 20% a 30% desse mercado com o desenvolvimento de projetos.

Agência Senado – Fachada Edifício Banco do Brasil Imagens de Brasília – Fachada do Edifício Banco do Brasil na Asa Norte, Brasília. Foto: Fernando Bizerra/Agência Senado