O terceiro episódio da série Amazônia Urbana, da Climate Tracker, aborda o fato de a Amazônia produzir energia limpa para o Brasil, mas ter muita gente no escuro ou dependente da energia suja
12 de julho de 2024
“Energia limpa para acabar com a escuridão na Amazônia” é o terceiro de seis vídeos produzidos pela editora do Carbon Report, Mariza Louven, para o projeto Amazônia Urbana, da Climate Tracker – uma organização internacional sem fins lucrativos dedicada ao combate às mudanças climáticas. Os conteúdos audiovisuais são destinados à publicação em redes sociais, para chamar a atenção dos internautas sobre os desafios ambientais das cidades da região.
A Amazônia produz energia limpa para todo o Brasil, mas tem muita gente vivendo no escuro ou dependente de sistemas isolados, em que predomina a eletricidade produzida a partir do diesel, mais intensiva em gases de efeito estufa e mais cara. Apesar de quatro das cinco maiores hidrelétricas do país estarem na Amazônia Legal, para mais de 900 mil pessoas a falta de energia é uma realidade permanente, segundo dados do Instituto de Energia e Meio Ambiente IEMA) e do Ministério das Minas e Energia.
As usinas hidrelétricas de Belo Monte (PA), Tucuruí (PA), Jirau (RO), e Santo Antônio (RO) produzem boa parte da energia limpa que é distribuída para o país por meio do Sistema Interligado Nacional. Além de exportar eletricidade para todo o Brasil, a região também é uma importante fornecedora de umidade que abastece reservatórios em outros estados.
No entanto, na Amazônia, três milhões de pessoas dependem de sistemas isolados em que predomina a geração a diesel. O mau atendimento das concessionárias é outro problema enfrentado pelos consumidores locais, que lidam com mais interrupções no fornecimento do que os de outras regiões, como o Sudeste, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Renata Albuquerque Ribeiro, coordenadora do Programa de Sustentabilidade e Energia do Idec, diz que garantir o acesso à eletricidade é urgente. Não só pela questão da cidadania, mas também porque os consumidores de energia contribuem financeiramente para isso. Uma pequena parcela do valor da conta de luz é destinada às distribuidoras, para que elas promovam o acesso à eletricidade, por meio do Programa Luz para Todos.
O vídeo mostra que a solução na Amazônia tem sido, principalmente, a energia solar. Iniciativas como a Litro de Luz, levam alternativas a comunidades indígenas e quilombolas. O governo federal também lançou, em 2023, o projeto Energias da Amazônia, para substituir as termelétricas a diesel, reduzir a emissão de carbono e levar luz aos amazônidas que ainda estão na escuridão, por meio da distribuição e instalação de kits para produção de energia solar.
Mais recentemente, foi incluída pela primeira vez, no próximo leilão de energia para sistemas isolados, uma cota mínima de 20% para energias renováveis.
O terceiro episódio, assim como toda a série, chama a atenção para o fato de este ser um ano de eleições, oportunidade para eleitores e eleitoras cobrarem dos candidatos empenho na defesa da democratização da energia limpa.