carbonreport.com.br

Estudo da EY: governos estão aumentando incentivos financeiros para a descarbonização

Estudo da EY: governos estão aumentando incentivos financeiros para a descarbonização

O estudo “2024 Geostrategic Outlook” informa que o acesso a fundos públicos está mais fácil. Pesquisa também revela que 52% do valor financeiro das iniciativas climáticas superou expectativas

24 de janeiro de 2024

Olavo Werlang

Os objetivos de crescimento econômico alinhados a soluções baseadas na natureza e a busca por segurança energética impulsionam as políticas climáticas globais, segundo o estudo “2024 Geostrategic Outlook”, divulgado nesta quarta-feira pela EY. Governos estão aumentando incentivos financeiros para a adoção de tecnologias verdes, promovendo a descarbonização e facilitando o acesso a fundos públicos para empresas engajadas em pesquisa e desenvolvimento.

De acordo com o estudo Sustainable Value, também da EY, 52% dos executivos entrevistados afirmam que o valor financeiro das iniciativas climáticas superou suas expectativas.

Iniciativas de destaque incluem o plano chinês de instalar 200 GW de energia renovável e distribuir US$72 bilhões em incentivos fiscais para veículos elétricos. Os Estados Unidos também estão implementando o Inflation Reduction Act (IRA), de 2022, e a União Europeia mobilizando US$380 bilhões até 2030, via Green Deal Industrial Plan. Outras grandes economias, como as do Brasil, Austrália e Emirados Árabes Unidos mantêm investimentos em energias renováveis.

Algumas medidas, entretanto, podem retardar regulamentações de sustentabilidade para atender a objetivos econômicos imediatos, como a redução dos requisitos de divulgação do Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD) pela União Europeia (UE) e a flexibilização da proibição de motores de combustão até 2035. Adiamentos tributários relacionados à emissão de carbono pela Indonésia e Japão também ocorrem, enquanto a Securities and Exchange Commission (SEC), dos Estados Unidos (EUA) planeja lançar regras de divulgação climática.

O estudo da EY também prevê que grandes mercados emergentes irão introduzir políticas de precificação de carbono para financiar transições verdes, e as tensões geopolíticas sobre financiamento climático devem ser discutidas na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP).

Apesar dos desafios que as empresas e governos têm pela frente, estar à frente dos movimentos globais regulatórios e satisfazer a crescente demanda por sustentabilidade continuará valendo a pena, diz o documento.