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Mudanças climáticas dão o tom do Dia Mundial do Meio Ambiente

Mudanças climáticas dão o tom do Dia Mundial do Meio Ambiente

Lula assina decretos da agenda ambiental e Pacto pela Prevenção e Controle de Incêndios com governadores; Guterres, da ONU, diz que “chegou a hora da verdade” da ação climática

05 de junho de 2024

As mudanças climáticas deram o tom do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta quarta-feira (05/06). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou oito decretos relacionados à agenda ambiental do governo, além de um Pacto pela Prevenção e Controle de Incêndios, com governadores de estados situados nas regiões do Pantanal e da Amazônia.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou dos eventos e alertou sobre a probabilidade de ocorrer uma estiagem severa no Pantanal e na Amazônia este ano, tendo como consequência incêndios e queimadas. As enchentes do Rio Grande do Sul e as estiagens severas mais frequentes, como a que ocorreu no fim do ano passado na Amazônia, são atribuídas, em grande medida, ao aquecimento global, que aumenta os volumes de chuvas em determinadas regiões e seca em outras.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que chegou a “hora da verdade” para a ação climática, ao apresentar um plano global para cortes nas emissões de gases de efeito estufa, reforço da resiliência, reforma dos fluxos financeiros e combate à indústria dos combustíveis fósseis. O líder da ONU citou o último relatório do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da Comissão Europeia, segundo o qual mês passado foi o maio mais quente da história.

Já a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou, também nesta quarta-feira, um novo relatório prevendo que há 80% de probabilidade de a temperatura média global anual passar temporariamente de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais durante pelo menos um dos próximos cinco anos. O estudo também afirma ser provável (86%) que pelo menos um destes anos estabeleça um novo recorde de temperatura, superando 2023, até agora o ano mais quente.

“Estamos jogando roleta russa com o nosso planeta”, disse Guterres. “Precisamos de uma rampa de saída da rodovia para o inferno climático. E a boa notícia é que temos o controle do volante. A batalha para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC será vencida ou perdida na década de 2020 – sob a vigilância dos líderes de hoje.”

Guterres também recorreu a evidências de apoio do Serviço de Alterações Climáticas Copernicus, financiado pela União Europeia, e implementado pelo Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a Médio Prazo. Isto mostrou que cada um dos últimos 12 meses estabeleceu um novo recorde de temperatura global para esta época do ano.

O presidente Lula e a ministra Marina Silva, no Palácio do Planalto. Brasília – DF. Foto: Ricardo Stuckert / PR