carbonreport.com.br

Petrobras e Kureha vão capturar carbono em plataformas offshore

Petrobras e Kureha vão capturar carbono em plataformas offshore

Petroquímica japonesa desenvolverá novo catalisador para extrair o carbono do gás natural e transformá-lo em material para baterias e autopeças

A empresa química japonesa Kureha fará parceria com a Petrobras para desenvolver uma nova maneira de capturar dióxido de carbono (CO2) do gás natural resultante da exploração de petróleo em campos offshore, informou neste domingo o Nikei Asia, jornal diário econômico japonês. De acordo com a informação divulgada, a tecnologia será testada dentro de alguns anos em uma plataforma de petróleo da Petrobras na costa do Brasil, bem como em outras partes do mundo.

O projeto é baseado na extração do metano do gás natural, com o uso de carvão ativado. O metano é então decomposto em hidrogênio e carbono, por meio do novo catalisador. Na etapa seguinte, o carbono e transformado em um pó, facilmente transportável. Em vez de armazenado, o carbono será usado para produzir nanotubos de carbono, material empregado na fabricação de baterias de íon-lítio, aparelhos eletrônicos e autopeças.

O gás natural é um subproduto comum em plataformas de petróleo offshore, geralmente queimado no local. A cada hora, uma instalação típica emite cerca de 200 kg de metano, principal componente do gás natural e um dos mais potentes gases de efeito estufa.

Protótipo disponível em 2024

Um novo catalisador começará a ser desenvolvido pela Kureha para ser usado em um dispositivo de captura de carbono neste ano fiscal, em sua instalação de pesquisa no Nordeste do Japão. A iniciativa ocorre em conjunto com o Instituto de Tecnologia da e Kitami, sediado na cidade de Hokkaido, no Japão. A empresa planeja construir um protótipo em pequena escala do dispositivo no ano fiscal de 2024.

A Kureha pretende ter uma versão comercial da tecnologia até 2025, contribuindo para sua meta de alcançar a neutralidade de carbono até 2050. De acordo com a empresa, a Petrobras vai considerar a adoção da tecnologia em suas próprias instalações, segundo informado pelo jornal japonês.

O projeto receberá cerca de 15 milhões de ienes (US$ 103.000) em financiamento inicial no ano fiscal de 2023, parte do qual virá da Nippon Foundation, uma organização sem fins lucrativos com sede em Tóquio.