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Previsão de La Niña está levando empresas a alterar cronograma de escoamento de produtos

Previsão de La Niña está levando empresas a alterar cronograma de escoamento de produtos

Fenômeno deve ocorrer a partir de junho e provocar secas prolongadas em regiões com hidrovias para escoamento de produtos, como os da na Zona Franca de Manaus e a produção agrícola

10 de abril de 2024

Após o El Niño mais forte desde o registrado em 2015 e 2016, as previsões da Climatempo são de chegada da La Niña, entre o final de junho e início de julho. Entre outras ocorrências, isso trará novamente secas à região Norte do Brasil, o que está levando empresas a avaliar mudanças no cronograma de escoamento dos produtos.

O El Niño, que começou ano passado e agora está indo embora, causou muita chuva no Sul e Sudeste e estiagem prolongada no Centro-Oeste e Norte do Brasil. A projeção da Climatempo é de 62% de chance de ocorrer uma La Niña este ano, chegando a 85% a partir de outubro. Este fenômeno é o contrário do El Niño e se caracteriza por períodos mais frios e frequentes, podendo também ocorrer secas prolongadas em regiões cujas hidrovias são utilizadas para o escoamento de produtos, especialmente aqueles produzidos na Zona Franca de Manaus, como a linha branca e a produção agrícola.

“Já estamos detectando uma movimentação de empresas desses setores e da área de logística para analisar os possíveis impactos do La Niña e as previsões do clima ao longo do ano, a fim de promoverem mudanças em seus cronogramas de escoamento dos produtos da região Norte para outras localidades do País”, conta Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo. “Depois dos transtornos registrados no ano passado, muitas empresas estão buscando se antecipar a fenômenos como a possível estiagem prolongada, que pode ocorrer entre o final do outono e o início do inverno.”

As previsões da Climatempo para os próximos períodos apontam as seguintes tendências:

O outono deverá ser um período de fase neutra, com diferenças de comportamento do clima de acordo com a região do país.
Na primeira metade do outono, ainda prevalecerão os efeitos do El Niño, mas já com pouca força, com chuvas irregulares na Amazônia.
Na região Sul, as chuvas deverão ser mais tempestuosas, mas a frequência dos temporais será menor.
No Centro-Oeste e no Norte, pode ocorrer seca prolongada, com um ar mais seco e possíveis queimadas principalmente entre a primeira e a segunda metade do inverno.

O meteorologista da Climatempo afirma que, embora a La Niña possa prolongar a seca nessas regiões, a tendência é que seja tão severa como foi no ano passado, mas deve amenizar antes, diante da previsão de ocorrência de chuvas mais regulares a partir de outubro.

“A La Niña favorece episódios de frio no Sul e Sudeste, mas a tendência é que o outono e o inverno não sejam tão frios. A previsão é de temperaturas acima da média durante mais dias seguidos, intercalados por períodos de dois a três dias de frente fria, e assim sucessivamente”, completa Lucyrio.