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SEC suspende voluntariamente obrigatoriedade de empresas abertas divulgarem riscos climáticos

SEC suspende voluntariamente obrigatoriedade de empresas abertas divulgarem riscos climáticos

Em mais um round da saga para impor regras de divulgação em relatórios de companhias abertas, a autarquia americana recua em sua decisão, anunciada em 6 de março

05 de abril de 2024

Um mês depois de ter anunciado regras para divulgação de riscos e oportunidades climáticos a serem cumpridas por companhias abertas listadas no mercado americano, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (Securities and Exchange Commission – SEC) pausou, voluntariamente, suas exigências. A medida ocorreu em resposta à forte oposição às exigências impostas pela autarquia no último dia 6 de março.

Em carta ao 8º Tribunal de Apelações dos EUA, o regulador de Wall Street disse que não está recuando em sua exigência de que as empresas de capital aberto divulguem os riscos climáticos inerentes a seus negócios. No comunicado, a SEC afirmou que “continuará defendendo vigorosamente” os novos requisitos de divulgação climática, “consistentes com a lei aplicável” e dentro da sua autoridade.

“Dadas as complexidades processuais” e uma série de ações judiciais contra a regra, a SEC disse que uma suspensão “facilitaria a resolução judicial ordenada desses desafios e permitiria que o tribunal de apelações se concentrasse na decisão do mérito”.

Batalha judicial

Dias depois de publicadas, as regras da SEC haviam sido suspensas entre 15 e 22 de março pelo 5º Tribunal de Apelações dos EUA. O litígio então passou para o 8º Tribunal, que foi selecionado aleatoriamente por sorteio, para decidir sobre as diversas ações judiciais contra as medidas.

Uma delas é a ação apresentada pela Liberty Energy (prestadora de serviços na área de energia e campos de petróleo) e pela Nomad Proppant, de propriedade parcial da Liberty, solicitando a suspensão enquanto se aguarda uma revisão da regra da SEC. Outra foi movida por 25 procuradores-gerais estaduais republicanos. A Câmara de Comércio dos EUA também liderou um pedido contra a decisão da SEC.

A resistência às regras da SEC alega que os requisitos são demasiado onerosos e dispendiosos para as empresas. Entre os demais argumentos estão os de que as informações solicitadas, incluindo dados de emissões de gases de efeito estufa não são confiáveis ​​ou excessivamente especulativos, e que as regras excedem a autoridade da SEC.

Após o processo dos estados republicanos, uma coligação de 19 procuradores gerais democratas lançou uma campanha para defender a regra da SEC. A moção argumenta que a regra fornecerá aos investidores “dados padronizados, comparáveis ​​e confiáveis”, permitindo a avaliação dos riscos relacionados com o clima.