Ministro da Fazenda destacou a reorientação da política ecológica brasileira durante sua fala na abertura do Fórum Empresarial em Johanesburgo, na África do Sul
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) destacou a reorientação da política ecológica brasileira durante sua fala na abertura do Fórum Empresarial do Brics (grupo de países emergentes formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Johanesburgo, na África do Sul, nesta terça-feira. Segundo ele, o país pretende ser fonte de energia limpa para si próprio, durante o processo de reindustrialização ou neoindustrialização, e também para exportar para o mundo, na forma de energia, propriamente dita, e de produtos verdes (menos intensivos na emissão de carbono).
De acordo com Haddad, o Brasil quer ser uma base, uma plataforma de exportação de aço verde, de alumínio verde e muitos produtos para serem manufaturados precisam de energia limpa. “Nós temos mais três vezes energia limpa do que a média mundial”, destacou.
O ministro também ressaltou que a América do Sul tem cinco vezes mais terras raras, voltadas para a mudança climática do que a média mundial. “A América do Sul é rica em todos os minerais necessários para a promoção de uma transição ecológica sustentável e rápida, a partir das exigências globais e das metas estabelecidas nos diversos fóruns internacionais”.
Durante sua fala, Haddad disse ainda que a África e América do Sul podem ser plataformas para a diversificação das atividades industriais globais.
Reorientação de prioridades
“O Brasil se distanciou muito dos objetivos dos fóruns internacionais a respeito da mudança climática. E o presidente Lula, não só pela sua própria voz, mas pela nomeação da ministra Marina Silva para o ministério do Meio Ambiente, sinalizou, a partir do primeiro dia do seu mandato, uma total reorientação de prioridades em torno da mudança climática. E como todos sabemos, é um desafio global da maior importância”, disse Haddad.
O ministro destacou que o Brasil já é um campeão da energia limpa: “Nossa matriz energética é 90% limpa, composta de energia hidrelétrica, energia solar, energia eólica e todos os investimentos feitos, desde muito tempo, na questão dos biocombustíveis”. O Brasil está coprocessando diesel – biodiesel com diesel fóssil – para produzir “diesel verde” e começa a produzir hidrogênio verde numa escala considerável, tanto a partir da água quanto do etanol, que é rico em hidrogênio, complementou.
Há uma participação grande das universidades brasileiras em prover tecnologias voltadas para as mudanças climáticas, assinalou. “A nossa agricultura não está só produzindo alimentos nem só produzindo grãos que são exportados para o mundo todo. A nossa agricultura, hoje, está produzindo energia”.