O maior e mais importante fórum de negociações sobre as mudanças climáticas e a descarbonização da economia foi iniciado oficialmente pelo sultão Al-Jaber, CEO da petrolífera local ADNOC
30 de novembro de 2023
O maior, mais importante e um tanto polêmico fórum de debates e decisões sobre o combate às mudanças climáticas e a descarbonização da economia começou nesta quinta-feira (30/11), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A cerimônia de abertura das negociações deste ano foi realizada pelo presidente da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), sultão Al-Jaber, também CEO da petrolífera local ADNOC.
Com a produção mundial de petróleo crescendo e países como a índia e a Rússia aumentando a extração e o uso do carvão mineral, os combustíveis fósseis foram o destaque da abertura. Depois de o sultão Al-Jaber dizer que petrolíferas dos Emirados Árabes Unidos estão adotando metas para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, o secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, destacou que está na hora de “sinalizar o declínio terminal da era dos combustíveis fósseis tal como a conhecemos”. Horas antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, já havia pedido a eliminação completa e progressiva dos combustíveis fósseis.
“Estou grato por terem se esforçado para se juntar a esta jornada revolucionária”, disse o sultão em relação às empresas do setor de petróleo dos Emirados Árabes Unidos. “Mas, devo dizer, não é suficiente e sei que eles podem fazer mais”, afirmou Al-Jaber.
Dinheiro e ações efetivas para combate ao aquecimento global
Embates à parte, uma das questões práticas mais importantes para países mais vulneráveis a secas persistentes, enchentes extremas e outros desastres naturais é avançar na criação do fundo de perdas e danos e outros que garantam recursos para aumentar a resiliência climática. A presidência da COP28 publicou ontem (29/11) uma proposta de criação de um novo fundo da ONU com recursos destinados aos países pobres atingidos por desastres climáticos. São esperadas contribuições de nações ricas como Alemanha, Dinamarca e Holanda.
Outro tópico objetivo em destaque nesta COP é a divulgação do primeiro Balanço Global do que efetivamente está sendo feito no mundo para combater as mudanças climáticas e os seus efeitos. Os dados serão usados para a elaboração de um plano global com propostas de ações a serem adotadas. A avaliação inédita dos dois últimos anos de progresso coletivo mundial em direção aos objetivos do Acordo de Paris de 2015.