carbonreport.com.br

BNDES vai destinar R$3,16 bilhões para a construção de complexo eólico na Bahia

BNDES vai destinar R$3,16 bilhões para a construção de complexo eólico na Bahia

O maior empreendimento de energia renovável já financiado pelo banco será responsável pelo abastecimento de aproximadamente 40% do consumo elétrico da ArcelorMittal no Brasil

15 de janeiro de 2024

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai destinar R$3,16 bilhões para a implantação de um complexo eólico na Bahia. O empreendimento será capaz de gerar energia renovável suficiente para abastecer o equivalente a cerca de 1,37 milhão de residências a partir de outubro de 2025.

Por gerar energia elétrica a partir de uma fonte limpa, o complexo eólico evitará a emissão anual de aproximadamente 950 mil toneladas de CO2 na atmosfera.

Localizado nos municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova, o Babilônia Centro é o maior para produção de energia renovável já financiado pelo banco. Os recursos do BNDES representam 80% do total a ser investido no projeto resultante de uma joint-venture entre a Casa dos Ventos e a ArcelorMittal, que terá cerca de 40% de seu consumo elétrico abastecido pela planta.

Com 123 aerogeradores, capacidade instalada de 553,5 MW e geração de energia estimada em 267 MW médios, o complexo permitirá que a empresa seja autoprodutora de energia por meio do maior contrato corporativo de energia renovável celebrado no país.

“Essa operação reforça o compromisso do BNDES com projetos de geração renovável de grande escala, na busca por uma matriz energética cada vez mais sustentável para o Brasil, com produção de energia limpa e estímulo à descarbonização”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Segundo ele, a operação reforça o compromisso do BNDES com projetos de geração renovável de grande escala, na busca por uma matriz energética cada vez mais sustentável para o Brasil, com produção de energia limpa e estímulo à descarbonização.

Há previsão de que sejam criados 1.500 postos de trabalho diretos e 3.000 indiretos durante a fase de implantação do empreendimento. Após a conclusão, o complexo eólico vai empregar diretamente cerca de 80 funcionários e indiretamente outros 150 trabalhadores.

A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, afirmou que o Brasil está em uma posição vantajosa em relação ao resto do mundo na transição energética. Segundo ela, países como Índia e Estados Unidos estão fomentando – com muitos incentivos e subsídios – a instalação de parques eólicos e solares, o que o Brasil faz há 20 anos.

“Em 2004, o BNDES criou um programa de apoio a fontes alternativas de energia elétrica para financiar eólica e solar. O resultado é que projetos financiados pelo BNDES representam 57,5% do total da capacidade eólica instalada no Brasil, que é de 28,7 GW”, destacou Costa.

A diretora do BNDES lembrou que, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), a expansão das energias de fonte renováveis no mundo foi, em 2023, 50% maior do que em 2022, destacando o Brasil entre os países mais relevantes. “Projetos como o Babilônia são fundamentais para sustentar essa expansão crescente de fontes renováveis”, disse.

“O avanço da implantação deste projeto é um marco importante para a ArcelorMittal, porque está em linha com o nosso objetivo global de ser carbono neutro até 2050 e reduzir em 25% as emissões específicas até 2030. O Complexo Eólico Babilônia Centro vai assegurar energia limpa e contribuir para a descarbonização das operações da empresa no Brasil. O investimento em energia renovável é fundamental para uma economia de baixo carbono e um futuro sustentável”, afirmou Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO Aços Longos e Mineração LATAM.

O diretor-executivo da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, destacou os efeitos multiplicadores que o investimento em energias renováveis tem na economia local. “Nossos projetos eólicos no semiárido brasileiro são motores de mudança social: geram empregos, intensificam a economia e potencializam a arrecadação municipal. Essas ações transformam a realidade das regiões, promovem o desenvolvimento sustentável e melhoram a qualidade de vida das comunidades”, complementou.