Londres, 7 de novembro de 2023

O aumento do custo ainda não abalou significativamente a procura por viagens entre os consumidores de todo o mundo. Permanece a tendência das “viagens de vingança”, em que os consumidores buscam recuperar o atraso após a pandemia de Covid-19, segundo o WTM Global Travel Report, apresentado em Londres nesta segunda-feira. No entanto, a elevação dos preços não é o único risco para este mercado em 2023. A mudança climática também está desempenhando um papel mais importante na indústria do turismo mundial.

Em suas 70 páginas, o relatório divulgado no primeiro dia do World Travel Market (WTM) Londres 2023 prevê que o número de viagens de lazer realizadas em 2023 será apenas 10% inferior ao pico anterior, em 2019. Já o valor médio, em dólares, terminará o ano positivo frente ao período anterior à pandemia.

Até ao final de 2023, a Tourism Economics avalia que as viagens globais para o exterior passarão de US$ 1,25 bilhão, o que representa mais de 85% do nível máximo alcançado em 2019. Uma advertência ao otimismo a longo prazo é a mudança climática, que parece destinada a desempenhar um papel mais importante na escolha dos destinos e horários de férias dos consumidores, segundo o documento.

“Isto já está influenciando os padrões de viagem após sucessivos verões quentes na Europa”, segundo o relatório. “Em 2023, dados da Comissão Europeia de Viagens revelaram que a popularidade dos destinos no Mediterrâneo caiu 10% em comparação com 2022, influenciada, pelo menos em parte, pelas percepções meteorológicas.”

A crise climática tem outras influências nas tendências de consumo e nas políticas governamentais, afirma o relatório. Isto poderá significar menos viagens de longo curso e mais destinos locais de curta distância.

Os efeitos no clima, na prática

A Europa ainda não se recuperou totalmente dos piores efeitos da tempestade Ciarán, que causou algumas dezenas de mortes em vários países semana passada, e o Reino Unido entra novamente em estado de alerta devido às previsões de mais chuvas nos próximos dias.

Na manhã de céu azul desta terça-feira (7/11), parecem mentira os alertas de ventos e chuvas para amanhã, mas muitos já estão se preparando para ficar em casa ou circular o mínimo. É o tipo de situação que também muda a vida do viajante e ilustra o que diz o relatório.

Chover na Grã-Bretanha não é, necessariamente, efeito da mudança climática, mas a mudança climática intensificou os eventos extremos, provocando ameaças à vida, causando danos materiais e interrompendo viagens. Ter informações sobre as grandes alterações no tempo é útil tanto para moradores quando para quem está chegando do Brasil ou passando algum tempo no país.

Semana passada, a tempestade Ciarán teve um impacto significativo no Sul da Inglaterra e em Londres, com o nível dos rios subindo rapidamente, causando desabamentos de paredes e quedas de árvores.

Mais chuvas a partir desta quarta-feira

Esta semana, partes do Reino Unido voltaram a ter que lidar com mais chuvas, ainda que sem comparação com as inundações em vários pontos e problemas nas viagens. Terça-feira, o dia começou azul e ficou nublado, com algumas aberturas de sol e chuvas isoladas.

A partir de quarta-feira, quando chegam novas chuvas, o tempo voltará a ficar instável permanecerá até o fim de semana.