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Documentário “Amazônias, um manifesto” debate de forma lúdica questões ambientais e climáticas

Documentário “Amazônias, um manifesto” debate de forma lúdica questões ambientais e climáticas

Obra dirigida pela historiadora Helena Bagnoli é um registro do processo artístico pedagógico que culminou no espetáculo teatral “Amazônias – ver a mata que te vê”, um manifesto poético

15 de dezembro de 2023

Dica para o fim se semana? O documentário “Amazônias, um manifesto”, dirigido pela historiadora Helena Bagnoli, debate questões ambientais e climáticas com 40 jovens, a maioria da periferia de São Paulo. A obra é um registro do processo artístico pedagógico que culminou no espetáculo teatral “Amazônias – ver a mata que te vê”, um manifesto poético conduzido pela diretora Maria Thaís.

O filme de 61 minutos estreou esta semana (12/12) na TV Sesc e será reapresentado neste domingo (17/12), às 19 horas. Para assistir ao teaser, clique no link. A produção também estará disponível sob demanda, no link.

Um mergulho na Amazônia por meio da arte

Durante os nove meses de duração do projeto, jovens de 16 a 21 anos fizeram um mergulho nos temas fundamentais sobre a Amazônia. Eles debatem as realidades amazônicas, questões climáticas, políticas e culturais. O resultado é o documentário que tem cenas do espetáculo e falas dos entrevistados.

“Então ali a questão dos povos originários, quilombolas, ribeirinhos e, obviamente, as questões climáticas, porque esses participantes pensaram sobre a degradação florestal decorrente das intervenções humanas, do desmatamento ao longo dos séculos e como isso está interferindo na questão climática e, consequentemente, no funcionamento da floresta, que tem enfrentado um aumento de temperatura e redução de chuva”, afirma Helena Bagnoli, diretora do documentário Amazônias, um manifesto.

“Eles entenderam que as mudanças no clima influenciam as dinâmicas de plantio, colheita, frutificação e, dessa maneira, os modos de vida não só das populações amazônicas, mas do planeta como um todo. E ali fica claro, sobretudo, que o Amazonas não é apenas o estado do Brasil, mas um território de populações ancestrais que mantém a floresta em pé”, acrescenta.

Processo criativo

No documentário, o espectador conhecerá o processo criativo e formativo dos participantes da peça, que se envolvem com as diferentes etapas do fazer teatral – do trabalho com o corpo e com a voz, à dramaturgia, até o universo visual, figurinos e cenários. Tudo acontece enquanto os jovens entrelaçam suas experiências pessoais com as inúmeras “amazônias” ao seu redor, descobrindo em seus próprios cotidianos urbanos a relação entre a pulsante produção das periferias das grandes cidades com as tradições ribeirinhas, quilombolas e dos povos originários.

Segundo Bagnoli, cada um dos integrantes do elenco foi ouvido sobre suas impressões e atravessamentos, permitindo ao longo do espetáculo, refazer os caminhos percorridos por eles. A narrativa do documentário apresenta imagens que revelam a construção do percurso: aspectos das várias oficinas formativas, as escaladas individuais, os olhares diversos dos profissionais envolvidos, a estreia e a peça em si.

“O resultado é uma discussão que alcança um potencial universal, seja pela pauta urgente sobre a Amazônia, seja sobre a certeza de que investimentos em formação de pessoas geram resultados rápidos e um importante capital social”, explica a diretora.

Quatro dos participantes foram visitados em suas casas, em pontos diversos da cidade, para captá-los no seu cotidiano, com suas famílias, acrescenta. “Uma dessas visitas foi na Aldeia Indígena do Jaraguá, de onde vinham três dos integrantes de origem guarani”, completa.

Foram entrevistados também alguns dos participantes do projeto, entre eles, a diretora Maria Thaís, que detalha como se deu o desenho e a evolução das questões artístico-pedagógicas. Outras entrevistadas são a poeta e escritora Márcia Kambeba, que participou do núcleo de dramaturgia e deu uma oficina para os participantes, a artista Naine Terena, que também trabalhou com os jovens e trouxe os conceitos visuais que nortearam a concepção do cenário e figurino.