Iniciativa que reúne nove países, incluindo o Brasil, promoverá a adoção generalizada de biocombustíveis em todo o mundo, contribuindo para a descarbonização do setor
O primeiro-ministro indiano, Shri Narendra Modi, anunciou neste sábado a criação da Aliança Global para Biocombustíveis, formada com a participação do Brasil, Singapura, Bangladesh, Itália, Estados Unidos, Argentina, Ilhas Maurício e Emirados Árabes Unidos. A aliança funcionará como um repositório central de conhecimento e um centro de especialistas e vai promover a colaboração global para o avanço e a adoção generalizada de biocombustíveis.
A iniciativa foi lançada neste sábado, durante a 18ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G20, realizada nos dias 9 e 10 de setembro, em Nova Deli, na Índia. A aliança visa promover o uso de energia limpa e renovável, contribuindo para combater o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Num relatório de julho, a Agência Internacional de Energia estima que a produção global de biocombustíveis sustentáveis precisaria triplicar, até 2030, para colocar o sistema energético mundial no caminho certo rumo às emissões líquidas zero até 2050. A demanda global deve crescer cerca de 22% nos próximos quatro anos. Segundo as projeções da AIE, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Indonésia e Índia representam 80% da expansão total de uso de biocombustíveis.
Brasil receberá presidência do G20 neste domingo e lançará força-tarefa contra as mudanças climáticas
Em sua fala na abertura do evento, o presidente Luiz Inácio da Silva disse que o Brasil pretende lançar uma força-tarefa de mobilização global contra a mudança do clima durante sua presidência no G20. No encerramento da cúpula de Nova Deli, neste domingo, o Brasil receberá da Índia a incumbência de presidir grupo, formado pelas maiores economias do mundo. O mandato do Brasil vai de 1º de dezembro deste ano a 30 de novembro de 2024.
A próxima Cúpula do G20 está programada para ocorrer nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro. Nesse ciclo, o Brasil deverá organizar mais de cem eventos oficiais, incluindo cerca de 20 reuniões ministeriais, 50 reuniões de alto nível e eventos paralelos, como seminários.
“Lançaremos, em nossa presidência do G20, uma Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima. Queremos chegar na COP 30, em 2025, com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas. Esperamos contar com o engajamento de todos”, disse Lula.
O presidente Lula citou a tragédia causada pelo ciclone, no Rio Grande do Sul, nos últimos dias, em seu discurso na sessão de abertura do evento, e voltou a cobrar ações mais enfáticas dos países desenvolvidos para ampliar o combate global às mudanças climáticas.
O G20 é formado pela África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia. Para esta cúpula, também foram convidados Bangladesh, Egito, Emirados Árabes, Espanha, Ilhas Maurício, Nigéria, Omã, Países Baixos e Singapura. O grupo responde conjuntamente por cerca de 80% do PIB mundial e 75% do comércio internacional, além de dois terços da população e 60% do território do planeta.
Foto/Palacio do Planalto: Lula entre o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, seguido do presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e do presidente dos EUA, Joe Biden, na abertura da cúpula do G20 em Nova Deli (9/9)
