Sturtup suíça celebrou um acordo de fornecimento plurianual para fornecer à big tech 27.600 toneladas de remoção de dióxido de carbon ao longo de seis anos
16 de fevereiro de 2024
A startup suíça de tecnologia climática Neustark celebrou acordo para fornecer à Microsoft 27.600 créditos de remoção permanente de carbono. Os títulos são baseados num processo que permite armazenar o CO2 capturado de uma fonte pontual de emissão em resíduos minerais, como o concreto de demolição.
O processo desenvolvido pela Neustark transforma o resíduo da construção civil e o dióxido de carbono (CO2) em granulado de pedra, que pode servir como substituto para a areia e o cascalho em concreto fresco.
Não à toa, a startup que em 2020 testava o processo numa planta-piloto na Suíça já tem 14 plantas de remoção e armazenamento de carbono em operação na Suíça e na Alemanha, com uma capacidade total anual de remoção de mais de 5.000 toneladas de CO2. Outras 20 fábricas também estão em construção na Europa e algumas mais em preparação. A Neustark está crescendo rapidamente, com a ambição de remover permanentemente um milhão de toneladas de CO2 em 2030.
“Transformamos o maior fluxo de resíduos do mundo – concreto de demolição – e outros resíduos minerais em um sumidouro de carbono. Nossa solução causa impacto agora: removemos mais de 1.000 toneladas de CO2 até o momento e estamos expandindo nossa presença rapidamente. Trabalhar com pioneiros na remoção de carbono, como a Microsoft, ajuda significativamente a dimensionar o nosso impacto e a indústria de remoção de dióxido de carbono (CDR) como um todo”, afirmou a diretora de CDR da Neustark, Lisa Braune.
Acordo reforça meta da Microsoft de limpar toda a sua pegada de carbono
A venda dos créditos de remoção foi divulgada pouco mais de um mês depois que a Microsoft concordou em comprar 362.000 créditos de remoção baseada na natureza, ao longo de 15 anos, da Chestnut Carbon. Em setembro, a Big Tech anunciou que compraria até 315.000 créditos de remoção, ao longo de 10 anos, da empresa de captura direta de CO2 do ar Heirloom Carbon Technologies, em um dos maiores negócios desse tipo.
A Microsoft quer ser negativa em carbono até 2030 e promete remover todo o carbono que já emitiu, desde a sua fundação, em 1975, até meados do século.
Segundo o diretor sênior de Energia e Remoção de Carbono da Microsoft, Brian Marrs, o modelo oferecido ao mercado pela Neustark é escalonável e mensurável e vai ajudar as organizações a alcançar um futuro sustentável. “Através deste acordo de compra de seis anos, estamos entusiasmados em continuar a trabalhar com a Neustark para avançar na compra de remoção de carbono da Microsoft em direção ao nosso objetivo de nos tornarmos negativos em carbono até 2030.”
A Microsoft e a Nustark trabalham juntas desde 2022 para viabilizar a captura e armazenamento do CO2 em resíduos. O novo acordo amplia esta colaboração.
Como funciona a nova solução da Neustark
A tecnologia da Neustark reaproveita o concreto de edifícios demolidos e outros resíduos minerais para o armazenamento permanente do CO2 removido da atmosfera, usando um processo conhecido como mineralização. O chamado carbono biogênico, capturado em usinas de biogás parceiras, é liquefeito e transportado para locais de reciclagem de resíduos de construção. Lá, o dióxido de carbono é injetado em grânulos de concreto de demolição.
O método desenvolvido pela Neustark desencadeia um processo acelerado de mineralização, ligando assim o CO2, permanentemente, aos poros e à superfície dos grânulos. Os grânulos carbonatados podem então ser usados por recicladores para construir estradas ou para produzir concreto reciclado.
De acordo com a empresa, o processo de remoção é mensurável e o armazenamento, permanente, verificado pelo Padrão Ouro: o CO2 capturado pode permanecer por centenas de milhares de anos estocado e o risco de reversão é comprovadamente reduzido ou nulo.
Foto: Equipe de sustentabilidade ambiental da Microsoft visitando as instalações da Neustark em Spross, em Zurique, Suíça/Divulgação Neustark