Gases de
Efeito Estufa
Os gases de efeito estufa são fundamentais para manter a temperatura e a vida no planeta. Essas substâncias presentes na atmosfera absorvem parte da radiação infravermelha emitida pelo sol, impedindo a dispersão do calor no espaço e mantendo a temperatura média da Terra em torno de 15 ˚C.
Sem o efeito estufa, a temperatura do planeta cairia demais e ficaria muito fria para sustentar a vida. No entanto, a emissão excessiva desses gases tem provocado recordes nas temperaturas globais, chegando a 17,23 °C (6/7), de acordo com o Climate Reanalyzer da Universidade do Maine, que usa dados dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos EUA.
Os seis principais gases de efeito estufa são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), o hidrofluorcarbono (HFC), o perfluorcarbono (PFC) e o hexafluoreto de enxofre (SF6), segundo o Protocolo de Quioto.
O Protocolo de Quioto também listou os setores e atividades que mais emitem gases de efeito estufa como processos industriais, utilização de solventes, agricultura, disposição e tratamento de resíduos e queima de combustível para geração de energia.
Você sabe o que são as emissões de gases de efeito estufa dos escopos 1, 2 e 3?
Para diferenciar as emissões de gases de efeito estufa e ajudar no cumprimento das metas do Acordo de Paris de combate o aquecimento global, as emissões foram classificadas em escopos 1, 2 e 3 pelo Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol). O protocolo foi criado em parceria com o World Resource Institute (WRI) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) e é o mais amplamente usado no mundo.
O GHG Protocol é um pacote de padrões, orientações, ferramentas e treinamentos para que empresas e governos mensurarem e gerenciarem suas emissões. Esses padrões de contabilização de emissões e remoção são destinados a empresas e organizações de diversos setores. Ao estabelecer um modelo padronizado globalmente, o GHG Protocol permite também que reportem o impacto climático de suas emissões, possibilitando o planejamento de ações de mitigação.
De acordo a classificação GHG Protocol, as emissões podem ser “diretas” ou “indiretas”, agrupadas em três categorias ou “escopos”, de acordo com padrões internacionais e nacionais de contabilidade de carbono. Os escopos 1 e 2 são obrigatórios para as empresas que aderem à medição. Já o escopo 3 é voluntário e o mais difícil de ser medido e monitorado, porque abrange toda a cadeia de valor.
No escopo 1, estão “emissões diretas”, causadas pela própria empresa em suas operações, como fabricação de produtos, queima de combustíveis em veículos de sua frota ou o processamento de materiais e produtos químicos.
No escopo 2 estão as emissões lançadas na atmosfera a partir do uso da energia comprada de terceiros.
No escopo 3 estão todas as outras emissões indiretas, que ocorrem na cadeia de valor e fora do controle direto da organização, como viagens de negócios de funcionários em transporte não pertencente à empresa. Estas diferem do escopo 2 porque abrangem as emissões produzidas em toda a cadeia de produção, como clientes que utilizam produtos da empresa ou fornecedores que fabricam insumos utilizados pela empresa.
GHG Protocol Brasil
Para fazer frente à realidade do Brasil, foi desenvolvida a Ferramenta de Cálculo para Balanço de Emissões de Gases de Efeito Estufa em Florestas e Sistemas Agroflorestais no Brasil (GHG Protocol Florestas e SAFs), que auxilia produtores e empresas a estimar suas emissões e remoções de gases de efeito estufa. A ferramenta é organizada por tipos florestais, incorporando plantações homogêneas de eucalipto, pinus e paricá, plantações heterogêneas e sistemas agroflorestais (SAFs), com 307 espécies.