07 de fevereiro de 2024

Olavo Werlang

A Comissão Europeia (UE) revelou sua estratégia para ampliar drasticamente a capacidade de captura, armazenamento e utilização de carbono industrial no bloco econômico, como parte essencial de seu objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050. A meta é reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa em 90% até 2040, em comparação com os níveis de 1990.

Na estratégia, a ênfase é desenvolver tecnologias de captura de CO2 para armazenamento (CCS) e utilização (CCU), além da criação de uma infraestrutura robusta de transporte de dióxido de carbono (CO2). Isso inclui a expansão de capacidades de armazenamento de carbono para 50 milhões de toneladas por ano até 2030, aumentando para 280 milhões até 2040 e para 450 milhões até 2050.

Alcançar uma redução de 90% das emissões até 2040 exigirá o cumprimento de uma série de condições favoráveis. O ponto de partida é a plena implementação da legislação existente para reduzir as emissões em, pelo menos, 55% até 2030. A atualização contínua dos projetos de planos nacionais em matéria de energia e clima (PNEC) é um elemento fundamental na monitorização dos progressos, disse a Comissão.

Integração do carbono industrial na economia

Um dos objetivos é integrar o gerenciamento de carbono industrial na economia da UE ao longo das próximas décadas. Isso envolve a transformação do CO2 capturado em uma commodity negociável dentro do mercado único do bloco, com até um terço do carbono utilizado até 2040.

Para apoiar esses objetivos, a Comissão propõe o desenvolvimento de políticas de apoio e investimento para CCS, CCU e remoção de carbono industrial. Isso inclui a criação de uma plataforma para conectar fornecedores de CO2 a operadores de armazenamento, o desenvolvimento de políticas para aumentar o uso de carbono como recurso industrial e mecanismos de apoio para a remoção de carbono industrial.

“A indústria europeia está trabalhando arduamente para reduzir suas emissões, mas existem certos setores onde os processos são particularmente difíceis de adaptar e as mudanças são custosas de implementar. Por esse motivo, precisamos impulsionar a inovação em tecnologias para capturar, transportar e armazenar carbono, tornando-as uma solução climática eficaz. Uma aceleração na implementação dessas tecnologias nos ajudaria a alcançar nossas ambições climáticas, ao mesmo tempo em que aumentaria a competitividade de nossa indústria, especialmente em tempos de mudanças geopolíticas significativas. Nesse contexto, também estamos intensificando nosso envolvimento com setores industriais-chave, mas também com cidadãos, para garantir que a transição seja feita de maneira socialmente justa“, disse Maroš Šefčovič, vice-presidente executivo para o Pacto Ecológico Europeu, Relações Interinstitucionais e Previsão.