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Ampliação do mercado de biocombustíveis será chave para protagonismo verde brasileiro

Ampliação do mercado de biocombustíveis será chave para protagonismo verde brasileiro

Segundo presidente da Datagro, Plínio Nastari, uso integrado do etanol e óleos vegetais sustentáveis como combustíveis abre-se mercado potencial 450 bilhões de litros por ano

“O Brasil vai ser o grande líder mundial, grande protagonista da sustentabilidade e da descarbonização”, disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, nesta segunda-feira (23/10). A afirmação foi feita durante a abertura da 23ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo.

Alckmin citou os principais avanços recentes nesta direção, como a política de estímulo à produção de biodiesel — que deve fazer com que o percentual de biodiesel misturado ao combustível fóssil, hoje em 12%, suba anualmente até chegar a 15% em 2026. “E já há estudos para se chegar a 20%”, anunciou.   

Lembrou que 83% da frota nacional já é formada por carros flex, e que o etanol misturado à gasolina também deve subir de 27,5% para 30%, conforme propõe projeto de lei enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional. Chamado de Combustível do Futuro, o projeto busca intensificar a inovação tecnológica e a descarbonização nas rotas de mobilidade.

O vice-presidente destacou, ainda, a possibilidade de produzir hidrogênio verde como alternativa de combustível para veículos híbridos. “O Brasil tem todas as oportunidades de rotas tecnológicas, o que é fundamental para o desenvolvimento sustentável”, disse.  

Para fortalecer ainda mais esse movimento no Brasil e no planeta, o governo brasileiro aderiu à Aliança Global para Biocombustíveis, lançada em setembro, na Índia, que conta com a participação dos três principais produtores do mundo – Brasil, Estados Unidos e Índia — para fomentar a produção sustentável e o uso de biocombustíveis no mundo. A Aliança reúne 19 países 12 organizações internacionais.

O uso de biocombustíveis na aviação e na navegação, também foco dessa Aliança, contribuirá para reduzir as emissões dos respectivos setores, aumentará ainda mais o consumo mundial e a necessidade de ampliação do número de fornecedores.
Segundo o presidente da Datagro, Plínio Nastari, para o setor da aviação, com o uso integrado do etanol e óleos vegetais sustentáveis como combustíveis, abre-se um mercado potencial 450 bilhões de litros por ano. No transporte marítimo, de acordo com ele, são mais 300 milhões de litros por ano.

Nastari afirma que o segmento sucroenergético atingiu um grau elevado de sustentabilidade.  “E segue avançando com sua diversificação crescente em diversas frentes na direção da emissão zero, em breve negativa, de carbono. O que permitirá às montadoras de automóveis o atingimento da meta de Net Zero Emission”, disse.  

Agenda de sustentabilidade Brasil-China

Após a conferência da Datagro, o ministro participou da Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), que teve como tema “A Nova Agenda Brasil-China: Neoindustrialização e Sustentabilidade”.

Antes, participou de duas reuniões — uma com empresários brasileiros com negócios na China, e outra com empresários chineses.  “Ouvimos os dois grupos para a gente ver como trabalhar ainda mais para avançar nesse trabalho recíproco. Temos uma enorme afinidade”, afirmou Alckmin.  

A China é o mais importante parceiro comercial do Brasil. Conforme lembrou o vice-presidente, as áreas de parceria são diversas — vacinas, defensivos agrícolas, aviação, mineração, energia e setor automotivo, com as fábricas de veículos elétricos e híbridos —, e há ainda muito potencial para crescer. “Vamos fortalecer ainda mais essa relação que vai gerar emprego e melhorar a vida das pessoas”.