O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo, afirmou o presidente, citando como progressos os ajustes das metas climáticas brasileiras, a redução do desmatamento na Amazônia
01 de dezembro de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou nesta sexta-feira na abertura da reunião da sessão de alto nível da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), reservada aos chefes de estado e de governo. Segundo ele, o planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos, de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas, de discursos eloquentes e vazios e de promessas de auxílio financeiro que não chegam aos países pobres.
“O planeta já não espera para cobrar da próxima geração”, disse ele.
Lula citou que a humanidade sofre com secas, enchentes e ondas de calor cada vez mais extremas e frequentes, como as que afetaram o Norte do Brasil, e as enchentes no Sul. “A Amazônia amarga uma das mais trágicas secas de sua história. No Sul, tempestades e ciclones deixam um rastro inédito de destruição e morte”, destacou. “A ciência e a realidade nos mostram que desta vez a conta chegou antes”.
Destacou ainda que a conta das mudanças climáticas não é a mesma para todos e chegou primeiro para as populações mais pobres. Ele lembrou que a parcela 1% mais rica do planeta emite o mesmo volume de carbono que 66% de toda a população mundial. “O mundo naturalizou disparidades inaceitáveis de renda, gênero e raça.”
O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo”, concluiu, ao citar os ajustes das metas climáticas brasileiras, a redução do desmatamento na Amazônia e o que chamou de industrialização verde, agricultura de baixo carbono e bioeconomia.
Durante o dia, Lula cumpre uma agenda de compromissos que inclui encontros com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, e com os presidentes do Estado de Israel, Sr. Isaac Herzog, da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, da Espanha, Pedro Sánchez e da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, além do Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
A delegação brasileira na Conferência do Clima é chefiada pelo presidente, e composta por ministras como Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima,e Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas; e ministros como o da Fazenda, Fernando Haddad, além de representantes de governo, setor privado, academia e sociedade civil, reafirmando a importância e a transversalidade do tema para o governo brasileiro.