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Marina Silva recebe de Lula o crédito pelo sucesso da atual política ambiental do Brasil

Marina Silva recebe de Lula o crédito pelo sucesso da atual política ambiental do Brasil

Presidente passou o direito de discursar à ministra Marina Silva, que tem origem na floresta amazônica

02 de dezembro de 2023

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chorou, neste sábado (2/12), ao dizer que a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, é responsável pelo sucesso da atual política de preservação ambiental do Brasil. Lula quebrou o protocolo ao chegar ao palco, em evento na Conferência do Clima da ONU (COP28), em Dubai, acompanhado da ministra a quem fez questão de passar a palavra.

Lula se emocionou ao recordar a ligação da ministra com a floresta. “Eu acho que esse encontro de hoje é sem precedente da história das COPs. Vinte e oito edições da COP para que pela primeira vez a floresta viesse falar por si só. E eu não poderia usar a palavra sobre a floresta se tenho no governo uma pessoa da floresta. A Marina nasceu na floresta, se alfabetizou aos 16 anos. E acho que é justo que para falar da floresta, em vez de falar o presidente que é de um estado que não é da floresta, a gente ouça ela, que é a responsável pelo sucesso da política de preservação ambiental que estamos fazendo no Brasil”, disse.

“É uma grande honra estar aqui nesse fórum que trata de oceanos, de florestas, com tantas iniciativas. O presidente Lula, quando assumiu o governo, assinou dez decretos presidenciais. Desses dez, cinco eram sobre meio ambiente e maior parte sobre a proteção das florestas e dos povos originários”, disse Marina Silva, também emocionada.

A ministra ressaltou que a política ambiental adotada pelo país neste ano foi responsável por grande redução do desmatamento da Amazônia. “Já conseguimos, nos 10 primeiros meses, reduzir o desmatamento que estava numa tendência de alta assustadora. Reduzimos o desmatamento em 49,5%, evitando lançar na atmosfera 250 milhões de toneladas de CO2. Se não fossem essas medidas tomadas, teríamos um aumento do desmatamento de 54% e não uma queda de 49% nesses 10 meses”.

Marina lembrou que o compromisso do presidente Lula de proteger a floresta não nasceu nesta terceira passagem pelo Planalto. “No seu primeiro governo reduzimos o desmatamento por mais de uma década em 83%. Evitamos lançar na atmosfera 5 bilhões de toneladas de CO2 e fomos responsáveis por criar 80% das áreas protegidas criadas no mundo de 2003 a 2008”, frisou.

Já conseguimos, nos 10 primeiros meses, reduzir o desmatamento que estava numa tendência de alta assustadora. Reduzimos o desmatamento em 49,5%, evitando lançar na atmosfera 250 milhões de toneladas de CO2″

Bilaterais

A exemplo do que ocorreu em seu primeiro dia de compromissos na COP 28, em Dubai, o presidente Lula manteve, neste sábado, uma agenda de reuniões bilaterais com líderes internacionais. Primeiro, encontrou-se informalmente com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, na sala plenária, pouco antes da reunião do G77+China sobre Mudança do Clima.

Ao longo do dia, Lula esteve reunido também com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki. Na bilateral com Macron, Lula convidou o líder francês a visitar o Brasil e ouviu do europeu um sinal positivo. Inicialmente, a viagem está marcada para 27 de março. Os dois ainda conversaram sobre o acordo União Europeia e Mercosul e sobre o aprofundamento das relações entre Brasil e França nos campos da defesa, cultura e questões climáticas.

Do presidente da União Africana, Lula ouviu que os africanos celebraram a vitória do líder brasileiro como uma volta das relações do Brasil com a África. Lula ainda recebeu um convite para participar da União Africana, nos dias 17 e 18 de fevereiro do ano que vem, convite aceito por Lula. O presidente brasileiro e Moussa Faki conversaram sobre a identidade cultural comum entre Brasil e África e concordaram sobre a necessidade urgente de reforma nas instituições da governança global.