O Conselho de Estado da Holanda, a mais alta corte do país, autorizou o projeto que vai tirar do ar 2,5 milhões de toneladas de carbono por ano
A Porthos, anunciou nesta quarta-feira que o primeiro grande projeto de transporte e armazenamento de CO2 da Holanda pode ir adiante.
Nesta data, o Conselho de Estado, que é a mais alta corte da Holanda, deu sinal verde à construção de um grande projeto de captura de carbono na área portuária de Roterdã.
Port of Rotterdam CO2 Transport Hub and Offshore Storage (Porthos, ou Centro de Transporte de CO₂ do Porto de Roterdã e Armazenamento Offshore, em português), é a maior instalação de captura e armazenamento de carbono da Europa. Deverá capturar e armazenar 2,5 milhões de toneladas de CO2 por ano, durante 15 anos, contribuindo para reduzir as emissões anuais de CO2 da Holanda em cerca de 2% a partir de 2026.
O projeto reconhecido pela União Europeia como de Interesse Comum, permitirá que o CO2 emitido por refinarias e plantas químicas operadas pela Shell, Exxon Mobil, Air Liquide e Air Products seja transportado para campos de gás vazios no fundo do Mar do Norte. Com isso, grandes quantidades de CO2 serão capturadas e armazenadas permanentemente todo ano a um custo relativamente baixo, diz o comunicado.
O Conselho concluiu que a deposição de nitrogênio de Porthos não tem um impacto significativo nas áreas naturais próximas. A decisão torna irrevogáveis as licenças necessárias para o projeto. O objetivo é iniciar a construção no início de 2024 e ter o empreendimento operacional a partir de 2026.
De acordo com o projeto Porthos, o armazenamento de CO2 é essencial para a descarbonização da indústria holandesa e atingimento das metas climáticas do país.
Porthos
A Porthos está desenvolvendo um projeto no qual o CO2 da indústria do Porto de Roterdã é transportado e armazenado em campos de gás vazios abaixo do Mar do Norte. O CO 2 será captado por diversas empresas e transportado por um gasoduto coletivo antes de ser pressurizado em uma estação de compressão, depois transportado por um oleoduto offshore até uma plataforma no Mar do Norte, a aproximadamente 20 km da costa.
Na plataforma, o CO2 será bombeado para dentro de um campo de gás vazio. Os campos de gás vazios estão situados em um reservatório selado de arenito poroso, a mais de 3 km abaixo do Mar do Norte.