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Vidalat é o primeiro queijo colonial brasileiro carbono neutro

Vidalat é o primeiro queijo colonial brasileiro carbono neutro

Selo foi concedido pela Associação Brasileira de Rastreabilidade de Alimentos (Abrarastro) à queijaria Vidalat

A queijaria Vidalat, em Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná, recebeu certificação carbono neutro da Associação Brasileira de Rastreabilidade de Alimentos (Abrarastro). O queijo colonial é o primeiro do Brasil conquistar este status. O selo indica que a empresa conseguiu compensar suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) adotando práticas agrícolas sustentáveis.

De acordo com informações divulgadas pelo governo do estado, pela Abrarastro e pela empresa, a certificação foi concedida após uma avaliação de itens como a destinação adequada de dejetos, preservação de nascentes, uso de energia renovável, reflorestamento com árvores nativas, pastagem e integração lavoura-pecuária.

O cálculo da pegada de carbono da Vidalat considerou indicadores como a energia consumida, a geração de resíduos e sistemas integrativos. Também é necessário manter o Cadastro Ambiental Rural (CAR) em dia.

“É um conjunto de ações. A sustentabilidade e a questão dos créditos de carbono estão em alta, e tivemos a grata satisfação de a propriedade ser positiva em créditos de carbono. A partir da certificação, buscamos transferir os créditos para a queijaria”, explica a produtora Roseli Piekas Capra.

De acordo com ela, as mudanças na produção da matéria-prima vêm sendo implantadas há muito tempo, mas o selo chega como mais um diferencial para abrir mercado, além de colaborar com o meio ambiente: “A produção e o trabalho com animais são vistos como algo que só polui, e não é bem assim. A gente pode ter um produto sem agredir o meio ambiente, com práticas que venham a ajudar na sustentabilidade”.

O selo colabora para agregar ainda mais valor aos produtos, considerando a redução do impacto ambiental. A Vidalat é uma empresa familiar, com mais de 40 anos de tradição no setor. Produz dois tipos de queijo artesanal: o colonial tradicional e o colonial temperado ao vinho, ambos premiados em concursos.
A Vidalat fez parte de um projeto-piloto da Cresol, cooperativa de crédito criada em 1995, no interior do Paraná que hoje tem mais de 817 mil cooperados e agências em 19 estados brasileiros.

Processo

De acordo com Fernando Baccarin, presidente da Abrarastro, os produtos oriundos de uma agroindústria que detém esse tipo de selo são considerados neutros em carbono. “Para isso, é necessário que o laticínio passe por uma certificação anual onde vamos mensurar a quantidade de carbono voluntário que deve ser comprada para neutralizar as emissões”, explica.

A Abrarastro calcula a emissão de gases emitidos na produção e como é possível neutralizar o processo. Também acontece uma visita para inspeção. Segundo Baccarin, caso alguma indústria não tenha áreas certificadas, pode comprar créditos de outras propriedades, de usinas fotovoltaicas, oriundos do biogás ou de florestas.

Boas práticas

A certificação carbono neutro está dentro das recomendações do Plano Estadual para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+Paraná), coordenado pelo Sistema Estadual de Agricultura.

Além do selo, as práticas implantadas na Vidalat se enquadram na lista de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), recomendações que os países devem seguir até 2030, como a sustentabilidade na agricultura.

Parceria

A queijaria conta com apoio de diversos parceiros, como Associação dos Produtores de Queijo Artesanal do Sudoeste do Paraná (Aprosud), o Sebrae, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e da equipe do Sistema Estadual da Agricultura.

A família também recebe assistência do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná) e está na Rota do Queijo Paranaense. Toda a equipe do Sistema colabora nas orientações para as boas práticas agropecuárias.

Foto: Roseli Piekas Capra/Arquivo pessoal