Empresa do setor elétrico espera capturar e fixar em sumidouros naturais mais de 61 milhões de toneladas de CO2
O grupo Iberdrola, dono da Neoenergia, lançou nesta segunda-feira (14/8) a Carbon2Nature (C2N), uma nova empresa voltada para o desenvolvimento de soluções baseadas na natureza. O negócio visa a redução da pegada de carbono global do conglomerado e gerar créditos de carbono de alta qualidade para os clientes, além de melhorar a biodiversidade e promover a economia sustentável.
No Brasil, a Iberdrola atua por meio da Neoenergia. Esta empresa está presente em 18 estados e no Distrito Federal, nas áreas de geração, transmissão, distribuição – (Coelba (BA), Celpe (PE), Cosern (RN) e Elektro (SP/MS) – e comercialização.
De acordo com comunicado divulgado pela Iberdrola, a C2N espera capturar e fixar em sumidouros naturais mais de 61 milhões de toneladas de CO2 graças à promoção de projetos de conservação e restauração de ecossistemas em mais de 100.000 hectares, principalmente em florestas, ecossistemas costeiros (carbono azul) e solos agrícolas. Essas iniciativas evitarão emissões de gases de efeito estufa decorrentes da degradação dessas áreas, contribuindo para a captura adicional de carbono e promovendo benefícios ambientais e sociais.
O plano de negócios da C2N se concentra nas regiões onde a Iberdrola está presente e essas soluções baseadas na natureza contam com um potencial significativo, como países da América Latina, entre os quais o Brasil, México, Colômbia, Peru e Chile. Esses locais receberão 80% dos projetos, enquanto países do Hemisfério Norte, como Espanha, Reino Unido e Portugal, ficarão com os 20% restantes.
Miguel Ángel García Tamargo, diretor da C2N, explica que “para enfrentar o desafio global da mudança climática, a empresa foi criada com a ambição de causar um impacto de longo prazo em nível internacional. Para isso, está comprometida com a diversificação de geografias e projetos e promove estratégias de colaboração para seu desenvolvimento com comunidades locais e outros atores, garantindo os mais altos níveis de qualidade. Chegamos a este novo mercado com humildade e com o desejo de fazer as coisas de forma diferente, trazendo toda a experiência da Iberdrola em sustentabilidade para o mundo das soluções baseadas na natureza e na geração de créditos de carbono”.
Investir na natureza para combater a crise climática
De acordo com o grupo, a C2N nasceu da convicção de que investir na natureza é essencial para agir contra a crise climática e de biodiversidade, e ao mesmo tempo criar valor sustentável e rentabilidade. A C2N aproveita o potencial dos mercados de crédito de carbono, impulsionando o desenvolvimento de projetos internos ou colaborativos que gerarão créditos de carbono de alta qualidade, que disponibilizará a seus clientes para apoiá-los em seu caminho rumo às emissões líquidas zero, como complemento a estratégias de descarbonização.
Todos os projetos serão certificados com base em padrões de qualidade reconhecidos internacionalmente, que também validarão sua contribuição para a melhoria da biodiversidade, o bem-estar das comunidades locais e outros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Compromisso de zero emissões líquidas
A C2N ressalta o compromisso da Iberdrola com um modelo energético sustentável, em harmonia com a natureza e as pessoas, sustentado por dois objetivos principais: atingir zero emissões líquidas em todos os âmbitos até 2040 e ter um impacto líquido positivo na biodiversidade até 2030, de acordo com seu Plano de Biodiversidade.
Dessa forma, a empresa planeja aproveitar as sinergias entre os objetivos climáticos e de biodiversidade da Iberdrola, o que lhe permite expandir e ampliar seus projetos internos de restauração da natureza e aproveitar as oportunidades da economia verde. Em 2020, a Iberdrola lançou o Programa Árvore, para promover a conservação e o plantio de 20 milhões de árvores até 2030.
A C2N é fruto do programa de startups da Iberdrola, o Perseo, que ajudou a companhia a implementar soluções inovadoras para impulsionar as energias renováveis, a descarbonização e a eletrificação da economia, a digitalização das redes, a promoção do armazenamento eficiente e o cuidado com o meio ambiente.
O ecossistema do programa inclui mais de 7.500 startups, inclusive unicórnios – empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão – como a Wallbox, fabricante de soluções de recarga de veículos elétricos, e a Stem, que oferece soluções de armazenamento inteligente de baterias.