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Investimento global em energia limpa ‘não é nem de longe suficiente’ até 2050

Investimento global em energia limpa ‘não é nem de longe suficiente’ até 2050

Apesar do aumento dos desembolsos, será preciso fazer mais para objetivos se tornarem tangíveis

30 de janeiro de 2024

Olavo Werlang

O investimento global na transição energética de baixo carbono aumentou 17% em 2023, um recorde, mas o relatório da BloombergNEF (BNEF)descobriu que isso não é nem de longe suficiente para estar no caminho certo para atingir a meta de carbono zero líquido até 2050.

De acordo com o estudo, precisam ser destinados à transição energética, em média, US$4,8 trilhões por ano de 2024 a 2030 para que haja alinhamento ao Cenário de Zero Líquido da BNEF em linha com as metas do Acordo de Paris. Isso é quase três vezes o investimento total observado em 2023.

Para alcançar o zero líquido ou net zero, será necessário equilibrar todas as emissões de gases de efeito estufa causadas por atividades humanas com a remoção de carbono. Para isso, é preciso reduzir ao máximo as emissões possíveis e depois remover as restantes, por meio de iniciativas como reflorestamento e uso de tecnologias como as de captura, transporte e armazenamento de carbono.

O novo relatório constata que 2023 resultou em um novo nível recorde de investimento anual e demonstra a resiliência da transição para energia limpa em um ano de turbulência geopolítica, altas taxas de juros e inflação de custos.

Na transição energética, o transporte eletrificado é agora o maior setor de gastos, que cresceram 36% em 2023, para US$634 bilhões. Esse valor inclui desembolsos com carros elétricos, ônibus, veículos de duas e três rodas e veículos comerciais, bem como infraestrutura associada.

O transporte eletrificado ultrapassou em gastos o setor de energia renovável, que teve um aumento de 8% para US$623 bilhões. Esse valor reflete o investimento para construir instalações de produção de energia renovável, como usinas de energia eólica, solar e geotérmica e usinas de produção de biocombustíveis.

As redes elétricas representaram o terceiro maior investimento, de US$310 bilhões. Essas instalações são um facilitador crítico para a transição energética, e o investimento nelas precisará aumentar nos próximos anos.

Apesar do crescimento, o relatório mostra que o nível atual de investimento em tecnologias de energia limpa não é nem de longe suficiente para colocar o mundo no caminho certo para zero líquido até meados do século.

Albert Cheung, CEO adjunto da BNEF, disse: “Nosso relatório mostra quão rapidamente está crescendo a oportunidade de energia limpa, e ainda assim o quão longe ainda estamos.”

“O gasto com investimento na transição energética cresceu 17% no ano passado, mas precisa crescer mais de 170% se quisermos ficar no caminho certo para zero líquido nos próximos anos. Apenas a ação determinada de formuladores de políticas pode desencadear esse tipo de mudança.”

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